Os socorristas egípcios ampliaram hoje (1°) o perímetro das buscas para localizar os 61 corpos desaparecidos do total de 224 ocupantes do avião russo que caiu no último sábado (31) na península do Sinai, no Egito. As autoridades anunciaram ter encontrado os corpos das vítimas em um raio de 8 quilômetros, o que, segundo especialistas, indica a priori que o Airbus A321-200 não tenha tocado no solo, mas tenha sido deslocado ou explodido durante o voo.
O perímetro das buscas foi ampliado para um raio de 15 quilômetros, disse um oficial do Exército envolvido na operação, em entrevista à agência France Presse (AFP), em uma base militar de Al-Hassana, na província do Norte do Sinai. Segundo o oficial, que pediu anonimato, 163 corpos foram encontrados. O ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, disse que as caixas-pretas do Airbus sofreram poucos danos, segundo a imprensa local. "As caixas-pretas sofreram pequenos danos técnicos. Mas há um impacto térmico, como dizem os representantes egípcios", disse o ministro, informando que os equipamentos ainda não foram abertos. Maxim Solokov viajou no sábado à noite para o Egito para participar das operações de resgate e investigação das causas do acidente.
O avião, que tinha como destino São Petersburgo, caiu no sábado ao sul da cidade egípcia de Al-Arish, capital da província do Norte Sinai, pouco depois de levantar voo de Sharm el-Sheik, com 224 pessoas a bordo.
Especialistas militares ouvidos pela agência de notícias AFP disseram que os fundamentalistas do Estado Islâmico, que têm base no norte da Península do Sinai e que disseram ter abatido o avião, não dispõem de mísseis capazes de atingir um avião a uma altura de 30 mil pés. Eles, no entanto, não excluem a possibilidade de uma bomba a bordo do avião ou que a aeronave tenha sido atingida por um foguete ou míssil quando descia, na sequência de falhas técnicas na aeronave. O contato com a aeronave foi perdido 23 minutos depois da decolagem do Aeroporto de Sharm el-Sheikh, na fronteira com o Mar Vermelho.