Estado anuncia investimento no combate ao mosquito

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, secretário estadual de Saúde, João Gabbardo dos Reis, anunciou R$ 3,8 milhões de reforço para as vigilâncias dos municípios

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Secretário afirmou que é responsabilidade da pasta estar preparado para evitar aparecimento do vírusSecretário afirmou que é responsabilidade da pasta estar preparado para evitar aparecimento do vírus
Secretário afirmou que é responsabilidade da pasta estar preparado para evitar aparecimento do vírus
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Mais recursos para as ações das vigilâncias dos municípios no combate ao mosquito Aedes aegipty é a estratégia anunciada pelo governo do Estado para evitar o aumento de casos de bebês com microcefalia no Rio Grande do Sul. A possível relação da infecção por zika vírus com casos de microcefalia em recém-nascidos no Nordeste foi motivador da medida, uma vez que este vírus é transmitido pelo mosquito, que é o mesmo que transmite a dengue e a febre chikungunya. O investimento anunciado é de R$ 3,8 milhões. 

A estratégia foi anunciada na manhã de sexta-feira (20) em entrevista coletiva em Porto Alegre. Na oportunidade, o secretário estadual reforçou que as medidas necessárias são mesmas já adotadas contra a dengue. Para ele, é importante tomar atitudes rápidas antes da chegada do vírus ao RS. O zika já foi identificado em dez estados no Norte e Nordeste, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. “São grandes as chances dele chegar ao Estado em algum momento. Por isso, é a nossa responsabilidade estarmos preparados para isso”, afirmou. 

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marilina Bercini, ressaltou ainda que é nesta época do ano que é preciso reforçar as medidas preventivas. “O calor, atrelado às chuvas que estamos tendo, pode levar a um aumento nos locais com água parada, que é onde o inseto deposita as larvas. Assim, há uma possibilidade que tenhamos uma maior circulação do mosquito”, frisou. “Além disso, muitas pessoas viajam durante essa época do ano, e o Nordeste é um dos destinos mais procurados. Caso uma pessoa seja infectada em outro Estado durante as férias, na volta ao RS ela pode vir a ser picada pelo Aedes e, a partir disso, o inseto pode passar a transmitir a doença aqui no Estado”, concluiu. 

Transmissão da doença
Seu modo de transmissão é por meio da picada do Aedes aegypti infectado - o mesmo que transmite a dengue e a febre do chikungunya – com um período de incubação até os primeiros sintomas de, em média, quatro dias. A maior parte dos casos não apresenta sinais. Estima-se que somente 18% apresentem algum quadro de: febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos), artralgia (dores em articulação) e exantema maculopapular (erupção cutânea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e/ou nas costas. Os sintomas podem durar até 7 dias. 
Em geral, pacientes com a doença têm evolução benigna, mas há relatos de complicações neurológicas com Síndrome de Guillain-Barré (doença neurológica, de origem autoimune, que provoca fraqueza muscular generalizada). O tratamento é realizado por meio de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias.

Medidas de prevenção contra o mosquito
Atualmente o Rio Grande do Sul apresenta 168 municípios considerados infestados peloAedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue e também do zika vírus. Em especial nesses, mas também em todo o Estado, a população pode adotar alguns cuidados simples em suas casas e pátios, com o objetivo de diminuir e evitar potenciais recipientes para o desenvolvimento das larvas do inseto. Deve-se, principalmente, evitar o acúmulo de água parada, que é onde o inseto se reproduz. Entre as principais recomendações, destacam-se:
 
- Tampar caixas d'água, tonéis e latões,
- Guardar garrafas vazias viradas para baixo,
- Guardar pneus sob abrigos,
- Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia,
- Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises,
- Manter lixeiras fechadas e
- Manter piscinas tratadas o ano inteiro.
 
A SES reforça ainda que a população esteja conscientizada para atender os agentes de campo, que fazem as visitações às residências a procura de possíveis criadouros do inseto.

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