Alfabetizar é muito mais do que ensinar o ABC. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Daniel Dipp, alfabetizar também é ensinar empreendedorismo. Na tarde de ontem (03), os alunos do 1º ano inauguraram o Cantinho das Aromáticas, uma loja de ervas aromáticas desenvolvida em sala de aula através do projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos, o JEPP, do Sebrae. A inciativa veio da professora Maria Andreia Reginato Bernardon que após participar do curso de capacitação oferecido pelo Sebrae, levou o projeto para a sala de aula. “Em agosto fizemos o planejamento, em setembro chegou o material e a partir daí nós desenvolvemos um plano de negócios. Nós fomos planejando, organizando as ideias e pensando como seria feito. A proposta era a criação de uma loja de ervas aromáticas. Dessa forma, nós produzimos sachês, aromatizantes, almofadas. Tudo foi feito na escola pelos próprios alunos”, explica a professora. O trabalho contou com também a ajuda de alguns pais. “Quando a gente iniciou o projeto nós fizemos uma reunião com os pais falando sobre empreendedorismo. Nós queríamos trazer para os pais essa proposta de fazer isso e eles acharam muito interessante, gostaram e toparam a ideia. Tanto que muitos nos ajudaram”, lembra. Além de criar os produtos, os alunos trabalharam questões como a qualidade dos produtos, a forma como ele deveria ser apresentado, como seriam as embalagens, qual seria o nome da loja, quem seriam seus clientes e quais eram suas preferências. Tudo feito em paralelo com o processo de alfabetização das crianças.
Com direito a faixa de inauguração, discurso e apresentação dos alunos, a abertura da loja foi um sucesso, tanto, que houve até falta de produtos e uma segunda edição da loja está sendo pensada para a semana que vem. Para a professora Maria Andreia, a experiência de ser um empreendedor iniciada na infância vai despertar nas crianças algo diferente. “A ideia de que cada um deles receba uma foto dessa inauguração e que eles tenham isso gravado 'eu já tive uma loja', que eles tenham algo deles e que digam que foi fruto de algo que a gente criou juntos, que a gente produziu. Por isso a valia do projeto, por isso nós aceitamos a proposta e colocamos ela em prática”, comenta.
Entre os alunos, que têm em média 6 anos, a professora garante que a recepção foi positiva. “Eles amaram a ideia, principalmente porque teve a questão do envolvimento de uma história dentro disso”, destaca. Para ela, a atividade veio somar na forma como as crianças são alfabetizadas na escola a ideia é que nos próximos anos outros professores possam participar dessa capacitação para desenvolver projetos desse tipo em toda a escola. “A questão do empreendedorismo é algo que a gente vislumbra muito mais adiante, não é imediato. Com certeza vai mexer com toda a escola”, finaliza.