O período recomendado para o plantio da soja se encerrou ontem na região. De acordo com dados da Emater Regional de Passo Fundo praticamente toda área a ser cultivada nos 40 municípios atendidos foi plantada dentro da melhor época. As áreas da oleaginosa estão em germinação e em intenso desenvolvimento vegetativo. Já o milho, beneficiado pela chuva abundante entra na fase crítica de floração e formação de espigas com alto potencial produtivo em lavouras densas e bem desenvolvidas.
Nos cerca de 525 mil hectares plantados em toda a região atendida pela Emater não foram identificadas pragas ou doenças até o momento. O engenheiro agrônomo Cláudio Dóro explica que a arrancada inicial é muito boa. Até o momento só foi identificada a ocorrência de ferrugem asiática em plantas que permaneceram no campo da safra passada. “Essa soja que sobreviveu da safra passada, naturalmente tem doença. Na soja nova, pelo menos nós da Emater não constatamos problemas ainda”, pondera.
Perda de nutrientes
As chuvas em excesso não são apenas benéficas. Quando ocorrem chuvas muito fortes como as registradas nesta semana, pode ocasionar a perda de nutrientes, que são levados pela água. A enxurrada também pode causar a erosão do solo e prejudicar áreas de lavoura. “As chuvas são boas, mas em excesso podem causar alguns problemas, mas é muito cedo para fazer uma avaliação”, complementa Dóro. Como está em fase de desenvolvimento vegetativo, neste momento a cultura não apresenta grande necessidade de água. “Agora demanda 3 a 4mm de chuva por dia. Ela vai entrar na fase crítica de floração em janeiro com as cultivares precoces. A arrancada inicial é boa e, se confirmar o El Niño até março, teremos uma excelente safra de soja”, avalia.
Luminosidade
Os dias de chuva também são de pouca luminosidade. Mas nesta etapa a soja tem grande capacidade de recuperação. O ideal seria a ocorrência de dias mais ensolarados tendo em vista que a soja necessita de umidade, calor e luz para o bom desenvolvimento. No entanto, os dias nublados ainda não caracterizam um problema para a cultura. “O bom seria que tivéssemos um equilíbrio perfeito, mas nada disso é condicionante para a soja por enquanto”, reforça Dóro ao destacar que ainda é muito cedo para se avaliar a influência negativa de algum fator.
Milho
As lavouras de milho também foram beneficiadas pelas chuvas abundantes e a cultura apresenta alto potencial produtivo. “As lavouras de milho estão com alta densidade. O agricultor, sabendo que teríamos El Niño e que ia chover bem, adensou a lavoura e estamos com potencial produtivo muito bom. O milho está em fase crítica: floração e formação da espiga. O agricultor investiu pesado na lavoura, usou semente de alto potencial genético e está sendo agraciado com esse bom comportamento climático e temos lavoura fantástica”, avalia o engenheiro agrônomo. Outra boa notícia para a cultura é a sua valorização no último mês beneficiada pelo incremento nas exportações, de acordo com Dóro. “A projeção é de exportar de 27 a 30 milhões de toneladas. Além disso, no RS tivemos redução da área de produção nos últimos anos e isso repercutiu nos preços. O produtor vai ter boa lucratividade também”, argumenta.
