A alta do dólar tem sido a principal aposta do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo (SHBRS) para aumentar o fluxo de argentinos na rede hoteleira da cidade durante o verão. Distante cerca de 500 quilômetros de Florianópolis, principal destino dos hermanos, Passo Fundo é considerado ponto de parada para pernoite dos turistas.
A expectativa é considerada a melhor dos últimos três anos, período em que o fluxo de argentinos sofreu uma redução significativa em razão da situação econômica enfrentada no país vizinho. Ex-presidente do SHBRS e membro da atual diretoria, empossada há cerca de um mês, Osvaldo Nedeff Klaus afirma que o número de reservas feitas até a primeira semana de dezembro está abaixo do esperado, mas deve aumentar na primeira semana de janeiro. “Realmente a alta do dólar pode impulsionar. Tradicionalmente o movimento maior acontece na primeira semana de janeiro, após as festas de natal e final de ano. Vamos aguardar para ver se o cenário se confirma” observa.
Além da distância estratégica com a capital catarinense, o empresário cita a qualidade dos hotéis, comércio e serviços, como ponto de atração dos turistas. Por outro lado, Klauss observa que nos últimos dois anos surgiram 300 novos apartamentos na rede hoteleira da cidade, o que deve, segundo ele, diluir a movimentação dos turistas. Após cumprirem um trajeto de aproximadamente 1,2 mil quilômetros (considerando quem sai de Buenos Aires), as famílias costumam chegar no final da tarde em Passo Fundo e seguem viagem no início da manhã seguinte, permanecendo apenas uma noite na cidade.
Passotur
Diretor da Passotur, órgão responsável pela setor de turismo da Prefeitura Municipal, Daniel Lé afirma que ainda é cedo para previsões, mas afirma que o número de consulta sobre diárias nos hotéis já é maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo ele, a Passotur vem desenvolvendo algumas ações em parceria com a SHBRS para aprimorar o atendimento dos turistas. Uma das novidades deve ser a mudança do posto de informação instalado na avenida Brasil, bairro Boqueirão, para outro local. “Constatamos que o atual endereço é de difícil acesso para quem está trafegando na Avenida Brasil. A procura por informações foi muito pequena, menos de duas por dia” explica. Conforme Lé, com a os aplicativos oferecidos via internet, sobre rotas e, até mesmo, os GPS, os postos físicos estão perdendo suas funções. “Estamos estudando um novo modelo de posto para adequar à nova realidade” diz.
Já o posto instalado junto ao restaurante Panorâmico, na BR 285 será mantido. “Naquele local existe um grande fluxo de pessoas, o que justifica sua manutenção” observa.
Movimento tímido
A movimentação de veículos argentinos nas rodovias da região ainda é considerada muito tímida. Na BR 285, principal via de acesso ao litoral catarinense, e onde está instalado o posto da 8ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, o fluxo é praticamento zero. De acordo com o policial Luiz Sedenir Schneider, a PRF deve repetir ações de fiscalizações de anos anteriores específicas para os motoristas argentinos. O movimento maior é aguardado para o início de janeiro. “Anualmente temos realizado um trabalho voltado para eles. Orientamos principalmente sobre a velocidade e ultrapassagens em locais proibidos, principais causas dos acidentes”.