Nos últimos anos vêm aumentando os casos de câncer não apenas no Rio Grande Sul, como no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) as doenças cancerígenas são a segunda maior causa de morte em todo país, perdendo apenas para as cerebrovasculares. Para combater a doença, a informação, o diagnóstico precoce e o tratamento em centros especializados são fundamentais. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo promoveu nesta terça-feira, 22 de dezembro, a mesa redonda “A epidemiologia do câncer no Brasil e no mundo”, apresentada pelo médico oncologista Dr. Carlos Henrique Escosteguy Barrios, diretor do Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).
Na ocasião, Barrios trouxe atualizações sobre pesquisa clínica, novos medicamentos e tecnologias. A respeito do aumento do número de casos de câncer, o pesquisador atribuiu a alguns fatores. “O primeiro que podemos citar é que a população está envelhecendo e com isso, a incidência de câncer aumenta nessa faixa etária. Outro ponto a se destacar é o fato de que a população está aumentando e isso também reflete no número de casos de câncer. E, finalmente, o fato que pode justificar é que estamos incorporando fatores de risco de sociedades mais desenvolvidas, e hábitos onde a incidência de câncer é maior, como obesidade, tabagismo e dieta inadequada”, enumera.
Rastreamento epidemiológico
Segundo o oncologista, a Vigilância Epidemiológica é uma ação especializada de grande relevância para a sociedade, pois tem como objetivos o monitoramento e a análise de possíveis mudanças no perfil das enfermidades, contribuindo também para a educação e o planejamento de ações na área da saúde. Quanto às neoplasias mais comuns Barrios afirma que o câncer de mama é o que mais acomete as mulheres e o de próstata em homens, isso sem considerar os tumores de pele, que são os mais comuns, mas que não alteram a sobrevida das pessoas. “O câncer de mama e o de próstata precisam estar dentro desse radar epidemiológico, o que é considerado ao se estabelecer um planejamento de saúde regional, institucional, de estado e de país. É necessário nessas situações um programa amplo de educação e informação da população, para que entendam que o diagnóstico precoce é fundamental para diminuir a incidência destas doenças em estágios avançados”, alerta o oncologista. Barrios reforça que o diagnóstico precoce é uma das melhores formas de combater o câncer. “É uma doença curável e que precisa ser reconhecido como tal, desde que seja diagnosticado precocemente. Por isso, a necessidade de informação e preparação das equipes de saúde”.
Evolução
Em relação ao tratamento do câncer, o pesquisador destaca que há evolução e resultados cada vez melhores em países desenvolvidos. Nos últimos cinco anos 45 novas drogas foram liberadas, o que se deve às pesquisas clínicas. “O único empecilho que temos é que a pesquisa clínica não está uniformemente distribuída e os novos medicamentos ou tecnologias não estão tão disponíveis como gostaríamos, principalmente, nos primeiros anos depois de introduzidas no mercado”, ressalta Barrios, concluindo ainda que o acesso aos medicamentos é um problema importante que precisa ser parte da discussão sobre o câncer.
Atualização e experiências sobre câncer são compartilhadas no HSVP
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