A partir de 31 de março as novas ligações de energia elétrica realizadas pela RGE só serão feitas em residências, comércios e indústrias que estiverem dentro das novas normas para padrão de entrada de energia elétrica. A princípio, a mudança deveria ocorrer já em janeiro. Entretanto foi adiada após solicitação das entidades que representam o comércio, que alegam estar com material do atual padrão em estoque. A RGE, que é distribuidora do Grupo CPFL de energia, declara que a mudança no padrão está sendo realizada para dar mais segurança aos seus clientes e segue o modelo adotado por todas as distribuidoras do CPFL, no Brasil. O gerente de engenharia de distribuição da empresa, Mauricio Vilela de Andrade, explica que as mudanças serão mais no tipo do material utilizado e no formato das peças. “Isso trará grandes melhorias a segurança dos clientes, pois essa mudança diz respeito a itens como a modelagem dos postes e o material da caixa de energia, que antigamente poderiam ser metálicas ou de fibras e em março só poderão ser de policarbonato de alta resistência, juntamente com a proteção dos disjuntores. São mudanças simples, que trazem melhoria na segurança”, esclarece. O gerente também explica que as caixas do atual padrão de materiais, se tivessem algum tipo de problema na isolação do cabo de energia, poderiam ficar energizadas e qualquer pessoa que tocasse nela, poderia sofrer um choque elétrico, “e dependendo das circunstâncias, uma criança poderia até ter risco de vida. O que não tem perigo de acontecer como o novo padrão, que é feito de material isolante”, relata. Sobre a entrada e distribuição de energia elétrica, Andrade garante não terá nenhum tipo de mudança. Por exemplo, continuará sendo feito a instalação de dois medidores de energia dentro do mesmo terreno, desde que elas estejam dentro das novas normas. “O fato de ter mudado o padrão de entrada, não muda a regra de atendimento”, conclui.
No período de transição, os dois padrões de entradas serão aceitos pela RGE, e os locais que já tem uma ligação elétrica não precisam se preocupar, pois só será válido para as novas instalações. A mudança estava sendo preparada há mais de um ano, com o auxilio de entidades, sindicatos e com fornecedores dos produtos. A RGE disponibilizou um guia todas as alterações, que podem ser acessadas em rge-rs.com.br.
Comércio
As empresas de Passo Fundo, mesmo tendo até março para efetivar a mudança, não deverão ter todos os produtos em estoque. Segundo o gerente de estoque da Eletropasso, Valdecir Vieira, a empresa já possui as caixas de policarbonato. No entanto, dificilmente as empresas terão o novo tipo do poste da entrada de energia, de concreto, o que pesará no bolso dos clientes, pois além de ser feito de um material mais caro, sua instalação e transporte precisará de maquinário e pessoal. O engenheiro elétrico, Leonardo Becker da Rosa, revela que esse novo tipo de equipamento ainda gera confusão para as instalações, e assim, as empresas precisarão correr atrás para se adequar. “Além disso, as empresas que não venderem esses materiais ficarão com o estoque cheio o que trará prejuízo”, conclui.
O valor de um poste com a caixa de energia elétrica do atual padrão custa em torno de R$ 450 reais. Já o novo padrão deverá custar mais de R$ 2 mil reais.