Médicos Sem Fronteira denunciam ataques a unidades de saúde na Síria

O caso mais recente aconteceu na última segunda-feira (15)

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Hospitais e clínicas vêm sendo bombardeados intencionalmente na Síria, matando pacientes e profissionais de saúde, contrariando o que estabelece a Convenção de Genebra. O caso mais recente aconteceu na última segunda-feira (15), na cidade de Maaret al-Numan, na província de Idlib, no Norte do país, quando um hospital mantido pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi pesadamente bombardeado por aviões, deixando 25 mortos, dez feridos e duas pessoas desaparecidas.

Em 2015, segundo o MSF, 63 unidades de saúde apoiados pela organização foram atingidas por tiros ou bombas, em um total de 94 ataques, pois algumas foram alvos mais de uma vez, o que representa um hospital ou clínica atingido toda a semana. Doze unidades foram totalmente destruídas. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (18) por integrantes do MSF em vários países. A entidade divulgou um relatório sobre a situação.

No Brasil, a diretora de comunicação da entidade, Alessandra Vilas Boas, ressaltou que até as guerras têm suas regras. Desde a primeira Convenção de Genebra, de 1864, militares feridos ou doentes devem ser atendidos sem discriminação e ambulâncias e hospitais são protegidos de todo ato hostil.

“O anormal parece hoje normal. Isto é inaceitável, é um completo desrespeito ao direito internacional humanitário. Quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas estão diretamente e militarmente envolvidos no conflito da Síria e esses mesmos Estados votaram e passaram resoluções pedindo respeito ao direito internacional humanitário, o fim dos ataques à população civil e a garantia do acesso da ajuda humanitária. Nós fazemos um apelo para que esses Estados assumam as responsabilidades que eles próprios aprovaram no Conselho de Segurança”, disse Alessandra.

A Convenção de Genebra, em sua última versão, de 1949, tem 15 itens e em três deles fala especificamente sobre a proteção a civis, a hospitais e ao livre acesso de medicamentos. “Nas áreas de batalha devem existir zonas demarcadas para onde os doentes e feridos possam ser transferidos e tratados. Proteção especial contra ataques será garantida aos hospitais civis marcados com a cruz vermelha. É permitida a passagem livre de medicamentos.”

Outras informações podem ser obtidas na página do MSF Brasil na internet.

Fonte: Agência Brasil

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