Brasil é o maior consumidor de agrotóxico

Segundo especialista Brasil é o maior consumidor de agrotóxico

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Professor destacou diferentes aspectos da relação entre as pessoas e os alimentosProfessor destacou diferentes aspectos da relação entre as pessoas e os alimentos
Professor destacou diferentes aspectos da relação entre as pessoas e os alimentos
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Palestra promovida pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia da UPF promoveu a reflexão sobre a necessidade de se repensar o consumo e a produção de alimentos
A relação do homem com o alimento vai muito além de uma necessidade biológica. No entanto as formas atuais de produção e consumo geram uma preocupação quanto aos efeitos que já causam e que causarão no futuro. O tema foi abordado em palestra promovida pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA) “As encruzilhadas da agricultura: da barbárie à harmonia” com o professor Rubens Onofre Nodari (UFSC) na noite de quinta-feira (14/04). A atividade marcou ainda o 54º ano de falecimento da bióloga Rachel Carson, autora da obra Primavera Silenciosa.
O pesquisador destacou que hoje o Brasil vive uma situação de barbárie no que diz respeito à produção de alimentos. O país é o maior consumidor de agrotóxicos, embora não seja o maior em área cultivada. “Estamos fazendo um teste em larga escala com variedades transgênicas, cujas proteínas começam a ser melhor estudadas e revelam impactos em distintos aspectos, como por exemplo o sistema imunológico em seres vivos. Além disso, muitos genes colocados dentro dessas plantas produzem substâncias que se comportam como agrotóxico e isso atinge a biodiversidade”, destacou.
O professor destacou diferentes aspectos da relação entre as pessoas e os alimentos. “Alimento é algo mais nobre do que um produto com grande quantidade de agrotóxicos, cuidado num solo empobrecido, sem vida. E ele não satisfaz as necessidades humanas. Evoluímos com os grandes alimentos que eram cultivados de forma agroecológica”, enfatizou. Para o professor o alimento, mais do que uma necessidade biológica, envolve a relação entre pessoas, seja para convívio entre parentes e amigos, para sedução, ou para o prazer pessoal. “Estamos basicamente deixando todo esse complexo do significado do alimento de lado para visar unicamente o lucro”, lamentou.
Benefícios da agroecologia
Enquanto muito se fala que o Brasil tem um grande potencial de produção de alimentos o professor acredita que, de fato, podemos produzir em outros sistemas agrícolas que não esse que é majoritário. “Também pode ser utilizado para produzir alimentos em sistemas agroecológicos e sustentáveis”, afirmou.
 
Os benefícios da produção de alimentos em sistemas agroecológicos são vários. O professor destaca que a produção de diferentes tipos de plantas é um deles. Além disso, a qualidade nutricional dos alimentos agroecológicos sempre é superior à qualidade dos alimentos produzidos de forma convencional. “O terceiro aspecto é que o sabor também é diferente. E por fim, o sistema agroecológico ele é basicamente mais sustentável em todos os aspectos porque a comida é distribuída mais localmente, não se usam insumos químicos, ele gera mais empregos e ele é mais demandante de conhecimento científico”, complementou. Como cada propriedade é diferente, há a necessidade de estudos o que torna ela mais desafiante e complexa, conforme o professor.
 
A coordenadora do NEA, professora Cláudia Petry, fez a apresentação do palestrante convidado e a abertura das atividades e destacou a atualidade da obra Primavera Silenciosa de Rachel Castro e a importância de se promover o debate. Participaram acadêmicos, professores e interessados na temática.

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