Cresce o movimento nas emergências

Na região de abrangência da 6ª CRS, duas pessoas já morreram vítimas da Gripe A

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Como forma de prevenção de contágio, pacientes com suspeita de H1N1 são isolados da área comumComo forma de prevenção de contágio, pacientes com suspeita de H1N1 são isolados da área comum
Como forma de prevenção de contágio, pacientes com suspeita de H1N1 são isolados da área comum
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Os sintomas começaram a aparecer aos poucos: primeiro veio a tosse, depois a dor de cabeça. A necessidade de procurar um médico bateu à porta da auxiliar de limpeza, Márcia de Aquino. Estava com febre alta, dor em todo o corpo e suspeita de H1N1, a temida Gripe A. Esta situação não assustou apenas Márcia: desde 2009 – ano que registrou a maior epidemia por H1N1 – o receio de contrair a Gripe A passa de inverno para inverno, momento em que o clima é perfeito para o contágio da doença. Nos últimos anos, no entanto, o número de vítimas da doença diminuiu, bem como a sua preocupação. Mas 2016 parece ser diferente: ao contrário dos anos anteriores, o vírus de Gripe A foi identificado circulando pelo ar. E ele já fez vítimas: conforme boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, até a sexta-feira (22) 18 pessoas haviam morrido por contágio da doença no RS. Duas delas vindas do norte do RS: Carazinho e Tapera.

E tudo isso reflete nas emergências dos hospitais. Conforme a médica e coordenadora da emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Luciana Rener, este medo generalizado da gripe faz com que as pessoas superlotem as emergências dos hospitais. Ainda que exista um risco real de Gripe A, esta não é a regra. Por isso, antes de procurar os hospitais, o paciente com suspeita de H1N1 deve contar com o apoio dos CAIS e Unidades Básicas de Saúde. “É lá que se faz a primeira triagem. O ideal seria se apenas os casos de maior complexidade viessem para o hospital. Isso evitaria a aglomeração, prato cheio para que as infecções respiratórias se propaguem”, explica.

O número de atendimentos da emergência do HSVP aumentou, Luciana confirma. Como forma de prevenção de contágio, os pacientes com suspeita de H1N1 são tirados da área comum e isolados em outro ambiente. “Lá mantemos o paciente em avaliação. Se percebermos que é de fato grave, ele é internado. Caso contrário, é receitado o Tamiflu e vai embora”, pontua. Ainda assim, até então foram contabilizados cerca de 20 casos suspeitos de Gripe A no HSVP. Nos hospitais Pronto Clínica e Municipal, o acréscimo de movimento ainda é moderado. “Não tivemos casos confirmados no hospital, mas o estado é de alerta. Todos os pacientes com suspeita estão recebendo a medicação”, apontou a enfermeira e coordenadora da emergência da Pronto Clínica, Marieli Nissio.

Tamiflu e vacinação

O remédio é disponibilizado pelo SUS e está no estoque de todas as unidades básicas, ambulatórios e CAIS do município, como comenta o secretário de saúde do município, Luiz Arthur Rosa Filho. Nas farmácias, o preço do remédio varia entre os R$ 210. O medicamento é utilizado para casos graves de gripe. Até agora já foram aplicadas mais de 30 mil doses de vacinas, o que representa a utilização de 60% da cota. “Acreditamos que depois que todo o grupo prioritário estiver vacinado a situação deve se tranquilizar. Nosso foco agora é trabalhar na orientação”, ressaltou o secretário.

Para a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde foram destinadas 200 mil doses da vacina – 130 mil já foram distribuídas para os municípios de abrangência. O restante deve ser entregue na próxima semana. “Este número foi calculado para servir a todas as pessoas que pertencem aos grupos prioritários da coordenadoria regional”, destacou o coordenador Douglas Kurtz. Passo Fundo, especificamente, deve receber 64 mil doses. Até agora o município já conta com 40.6 mil vacinas.

O secretário estadual de saúde, João Gabbardo dos Reis, por outro lado, afirma que a vacina faz parte do processo, mas não é parte principal de combate à doença. "A vacina é direcionada apenas aos grupos de maior vulnerabilidade, pois os riscos de complicações nestes pacientes são muito maiores do que em pessoas saudáveis. Toda a dose que for usada por quem não integra esses grupos será uma vacina a menos para quem realmente precisa", ressaltou. Até o momento, o Estado já recebeu aproximadamente 50% das doses para o início oficial da vacinação, que ocorre no dia próximo dia 25.

 

Porquê a Gripe A é tão preocupante?

A diferença entre a Gripe A, a gripe normal e o resfriado são apenas detalhes. No resfriado, explica Rener, a pessoa apresenta sintomas de dores no corpo, mal estar, às vezes tosse ou espirros frequentes. A gripe normal é um pouco mais forte, podendo ter febre e dor de garganta. Com a Gripe A é diferente: ela é instantânea. “É um vírus mais agressivo que o comum. Ele já começa com febre muito alta, dores musculares e falta de ar, principalmente”, explica.

 

HC inicia vacinação de colaboradores contra H1N1

Os colaboradores do Hospital da Cidade (HC) começaram a receber as doses das vacinas ainda na segunda-feira (18), como forma de prevenção. Além dele, também foram vacinados os funcionários do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes. As mais de mil pessoas que compõe a equipe clínica devem receber a dose.  

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