A violência é um mal que atinge diversas famílias e oprime muitas pessoas. Agravo de notificação compulsória conforme a Portaria 204 de 17 de fevereiro de 2016, a violência deve ser notificada pelos profissionais de saúde. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, é referência no atendimento à vitimas de violência e Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) trabalha na notificação dos casos suspeitos e ou confirmados. Em 2015, o NVE notificou 1058 casos suspeitos e/ou confirmados de violências e neste ano, já foram notificados 270 casos suspeitos e/ou confirmados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) define violência como o “uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Conforme a enfermeira do NVE, Claudia Deon, a notificação individual de violência interpessoal e autoprovocada é compulsória nos casos cujas vítimas são crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, indígenas, pessoas com deficiência e a população LGBT. “Quando a vítima chega na emergência e a violência é constada ou suspeita, o paciente é encaminhado para a área específica de atendimento. Ali também recebe o suporte da assistente social e psicólogas quando necessário, sempre buscando fazer um acolhimento adequado para amenizar o sofrimento desta pessoa”, explica a enfermeira, completando ainda, que na sequência, a notificação é realizada e os dados são encaminhados para a Secretaria Municipal de Saúde, para a digitação dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
O trabalho de notificação envolve todos os profissionais do hospital, pois estes podem identificar e entrar em contato com o NVE em casos suspeitos de violências. “A notificação é um dado extremamente importante a nível de saúde pública, pois foi um dos meios que o Ministério da Saúde encontrou para que vítimas que muitas vezes chegam ao hospital e não passam pela polícia ou outros órgãos, sejam auxiliados e os casos notificados”, enaltece Claudia, pontuando ainda que com as notificações é possível fazer um mapeamento dos casos que antes não eram de conhecimento e promover ações de prevenção ou até mesmo de apoio as vítimas. “A notificação também permite identificar possíveis violências que são reincidentes e assim, buscar prestar um suporte à elas. A violência é um problema de saúde pública e de todo o cidadão. Assim a notificação é um instrumento importante que auxilia na detecção dos casos”.