Um manifesto regional está sendo realizado em defesa da integridade, manutenção e preservação da Floresta Nacional de Passo Fundo (Flona), localizada no município de Mato Castelhano. Na tarde de domingo (17), membros do Conselho Consultivo da Flona e apoiadores da causa promoveram um ato para coleta de assinaturas para evitar a transformação da Floresta Nacional em terra indígena. A mobilização iniciou depois que a Funai publicou, em maio deste ano, um relatório autorizando a criação de uma terra indígena sobre a Flona e áreas do entorno, totalizando cerca de 3,5 mil hectares.
A Flona é a única unidade de conservação federal da região, maior maciço florestal localizado no
planalto médio do Rio Grande do Sul, inserido no bioma Mata Atlântica. O local abriga espécies da flora e da fauna, principalmente dos grupos ameaçados de extinção como: pinheiro-brasileiro, xaxim, butiazeiro-da-serra, cabreúva e casca-d’anta, papagaio charão, gralha azul, jaó-do-litoral, pica-pau-verde-barrado, grimpeiro, tamanduá-mirim, irara, veado-virá, cutia, gato-do-mato pequeno, gato maracajá, gato mourisco, jaguatirica, sapo de chifre e espécies de peixes e répteis.
Na tarde de ontem, o movimento arrecadou uma média de 2 mil assinaturas em favor da manutenção da Floresta Nacional. Conforme os apoiadores da preservação da Flona, caso o local se transforme em área indígena, a floresta não suportará tamanha exploração e será destituída de seus atributos de conservação ambiental. “Juntamente com o Conselho Consultivo, que são 29 membros que representam diferentes setores da sociedade, resolvemos fazer um manifesto em defesa da floresta. Tem um processo no governo federal onde a funai aponta a unidade de conservação como terra indígena. Estamos fazendo esta mobilização para evitar que isso aconteça e para mostrar o valor desse remanescente florestal, que hoje é o pulmão verde de Passo Fundo”, salientou o chefe da Floresta Nacional de Passo Fundo (Flona), em Mato Castelhano, Adão Luiz da Costa Güllich.
O prazo para contestação do relatório da Funai é de 90 dias, a partir da publicação. Após, a decisão de declaração ou não da área, caberá ao Ministério da Justiça. A homologação é do presidente da república.
As pessoas interessadas em participar do abaixo-assinado devem procurar a Flona, em Mato Castelhano, os membros do Conselho Consultivo, ou podem acessar o documento on-line disponível no site www.avaaz.org.
O Jornal O Nacional entrou em contato com a Funai, mas ainda não obteve retorno.