Sem conversa e com ameaça de corte de ponto, trabalhadores do Detran-RS entram no 14º dia de paralisação protestando em frente ao Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa. O objetivo do manifesto foi o de forçar o Executivo a restabelecer a mesa de negociação com o Sindicato dos Servidores do Detran (SINDET) e o comando de greve, apresentando propostas concretas. E não somente intenções como sinalizou nas duas primeiras semanas do movimento da categoria.
De acordo com o presidente da entidade, Maxmilian da Rocha Gomes, o governo do Estado tem demonstrado uma postura intransigente com os servidores. A prova disso foi o anúncio do corte do ponto, com intuito de forçar o encerramento da greve. “Temos a convicção de que essa forma de negociar não vai resolver o problema que estamos enfrentando. Até agora nada nos foi acenado, a não ser o pagamento das progressões, sendo que para isso, a própria Procuradoria Geral do Estado (PGE) já havia emitido parecer de que elas deveriam ser pagas, independente da vontade do Governo”, afirma.
Para o sindicalista, o Governo não consegue avançar nas negociações, seja por falta de vontade política ou quaisquer outros motivos. Sem nada definido, Gomes afirma que não há como imaginar que o fim da greve possa ocorrer a menos que haja propostas a curto, médio e longo prazo.
Sobre o ameaça do corte de ponto, a direção do Sindicato diz que está monitorando a efetividade do aviso. No entanto, até agora, não houve elementos que caracterizem que o Executivo irá descontar os dias parados. Mas caso isso ocorra, a entidade deverá tomar medidas cabíveis.
Adesão de servidores
Gomes estima que o movimento tenha crescido no final da segunda semana da greve, com a adesão de colegas que estavam licenciados. “Os servidores do Detran estão determinados e mobilizados neste sentido. Todos têm a convicção de que é preciso que o Governo do Estado acene com possibilidades concretas de atendimentos dos pleitos, sem que sejam apenas possibilidades”, avalia.
Serviços afetados
Cerca de 20 mil exames de direção práticos e teóricos deixaram de ser realizados nestes dez dias úteis de paralisação;
Cento e cinquenta abordagens das operações da Balada Segura, por dia, estão sendo realizadas sem a participação dos agentes do Detran gaúcho;
Além das operações que demandam posicionamento técnico dos servidores da autarquia, realizados por entes credenciados, como as operações em depósitos, que acabam sendo represadas, entre outras.
Motoristas não terão ônus
Nesta semana o governo do Estado divulgou nota em que afirma que os proprietários de veículos que aguardam liberação do Detran não terão ônus em atrasos pela greve, entretanto, cada situação está sendo analisada pontualmente. A nota oficial informa ainda que os veículos sem restrições administrativas ou judiciais, que se encontram sob a guarda dos Centros de Remoção e Depósitos - CRDs, estão sendo liberados normalmente. Os atrasos nas liberações ocorrem nos casos em que os veículos possuem restrições. Em alguns casos, os CRVAs já estão autorizados pelo Detran/RS a efetuar as transações no sistema informatizado. Além disso, a direção está tomando as medidas necessárias à prestação do serviço, como a realização de mutirão para dar agilidade às liberações.
O documento informa ainda que os candidatos que estão em processo de habilitação não terão prejuízos no que tange à validade do Renach (Registro Nacional de Condutores Habilitados). Os exames deverão ser reagendados nos CFCs tão logo se encerre a paralisação.
Informações
O Detran/RS disponibiliza diferentes canais de comunicação a quem precisar de informações: Disque-Detran: 0800-5103311 (ligação gratuita dentro do RS) ou (51) 3288-2000 (ligação de celular ou de fora do RS); e Fale Conosco, no site do Detran/RS: http://www.detran.rs.gov.br/FaleConosco
