Passo Fundo recebeu na sexta-feira o 12º encontro organizado pela Agenda 2020 que apresenta os principais desafios das cidades gaúchas com base em índices de desenvolvimento em diversas áreas. Os dados divulgados indicam que Passo Fundo se encontra em uma situação mediana, com pontos de destaque e acima das médias nacional e estadual, e outros que ainda precisam avançar. Os dados são apresentados dentro do projeto Sinaleira 2020 que mostra esses indicadores nas cores vermelho, amarelo e verde.
Dentre as 14 áreas analisadas, o município tem quatro verdes, que indica que há avanços importantes, cinco amarelos, que indicam as áreas que merecem destaque, tendo em vista que a situação pode se agravar, e cinco vermelhas, que indica aspectos que impedem o avanço ou coisas que já deveriam ter sido mudadas.
Entre os aspectos analisados que receberam o sinal verde está o PIB per capita do município, classificado no limite superior, com o valor de R$ 36.928,93. O valor está bastante acima das médias do Rio Grande do Sul e do Brasil, que são R$29.657 e R$ 26.445. Além disso, a renda per capita média de Passo Fundo é de R$ 1.068,95 e está classificada na faixa superior dentre os municípios gaúchos.
Empregos
No caso dos empregos, o município apresenta sinal amarelo porque o número de vínculos empregatícios formais no município atende entre 40% a 70% da população em idade produtiva. No entanto é necessário avançar na geração de empregos da indústria de transformação, que, hoje, que apresenta índice de pouco menos de 9%. Conforme as informações disponibilizadas pelo sistema da Agenda 2020, é no setor industrial que os trabalhadores são mais bem capacitados e tendem a conquistar empregos de melhor qualidade e com melhores salários, elevando a renda per capita do município.
Educação
Na educação o cenário mostra que, nas séries iniciais (até a 4ª série), conforme o Ideb, o sinal está verde porque o município atingiu a meta prevista pelo MEC para as séries iniciais e nas escolas da rede municipal. Por outro lado, nas séries finais (até a 8ª série), o sinal está vermelho porque não atingiu a meta projetada pelo MEC tanto nas escolas estaduais quanto municipais. Os dados da educação mostram ainda que mais de 50% da população de Passo Fundo não concluiu nem o Ensino Médio. Além disso, menos de 17% da população tem ensino superior completo.
Saúde
Na área da saúde o município recebeu o sinal verde no quesito Leitos Hospitalares, devido a atingir a meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabelece uma média de 3 a 3,5 leitos hospitalares para cada 1.000 habitantes. No entanto o dado não leva em consideração que Passo Fundo é um município de referência em atendimentos de saúde para diversos municípios da região e até de Santa Catarina.
Quanto à Taxa de Mortalidade, o sinal está amarelo porque está no nível intermediário, entre 5,7 e 12 mortes para cada mil nascidos vivos. Em 2014, esse índice foi de 11,3 mortos para cada mil nascidos vivos. A meta desejada é de 5,6 mortes por mil nascidos vivos, que é a média dos países de alta renda da OCDE.
Segurança
Na segurança os dois índices analisados receberam o sinal vermelho: Homicídios e Tráfico de Drogas. No primeiro caso a avaliação se deu porque o número de ocorrências foi superior à meta estipulada de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes. Acima desta marca a Organização Mundial da saúde considera nível de epidemia. Entre 2014 e 2015 houve um aumento de quase 20% no número de ocorrências no município. Na questão do tráfico, o sinal está vermelho por conta do crescimento das ocorrências nos últimos anos. Entre 2002 e 2015, houve um aumento de aproximadamente cinco vezes no número de casos. A meta da Agenda 2020 é que os casos de tráfico de drogas, por estarem excessivamente atrelados ao aumento da criminalidade e da violência, sejam reduzidos em 50% nos próximos cinco anos.
Saneamento
No indicador de saneamento, tanto o Índice de Perdas na Distribuição da Água quanto o Índice de Coleta e Índice de Tratamento de Esgoto receberam sinal vermelho. Isso significa que 42,9% da água tratada é perdida na distribuição. O Plano Nacional de Saneamento Básico prevê que até o ano de 2033 todas as cidades tenham o índice de perdas de água entre o intervalo de 21% e 31%. Abaixo de 20%, os níveis de perda de água são considerados ideais.
Os níveis de coleta e de tratamento do esgotamento sanitário do município não atingem a meta estipulada pelo Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento – PNUD que é de 75%. De todo esgoto gerado em Passo Fundo, 19,1% é coletado e deste total, 99,9% é tratado. No RS, 15% da população tem seu esgoto coletado e encaminhado para alguma estação de tratamento de esgoto, muito atrás da situação do Brasil que possui mais de 40% de níveis de coleta e tratamento de esgoto.
O que é a Agenda 2020?
É um movimento da sociedade do Rio Grande do Sul que age em busca de um futuro melhor. Desde 2006, gaúchos de todos os setores atuam nos nossos 11 Fóruns Temáticos organizando propostas para transformar o Rio Grande num lugar melhor para se viver e trabalhar. A Agenda 2020 é um movimento e não uma entidade. Aqui é um espaço de interação entre o poder público, iniciativa privada, universidades e o terceiro setor. Imagine o RS daqui a 20 anos.