A qualidade do ensino ministrado no curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF) é referência no norte do Rio Grande do Sul. Neste sábado, 30 de julho, o curso celebrará mais um marco histórico, com a colação de grau do milésimo aluno, que integra a trigésima turma. Para o coordenador do curso, professor Eraldo Zanella, os egressos da UPF contribuíram com a melhora do desempenho da produção animal na região, bem como em outras localidades do país. Esses profissionais também colaboraram com a qualificação do atendimento de animais de companhia. “Os profissionais formados pela Medicina Veterinária da UPF estão conseguindo realizar um excelente trabalho técnico e profissional, reconhecido pela comunidade regional, considerando que no último vestibular de verão foi o segundo curso mais procurado”, lembra.
Formação polivalente
O coordenador do curso destaca que a graduação contempla duas realidades, a urbana e a rural, e trabalha intensamente as áreas de ensino, pesquisa e extensão. “Procuramos formar profissionais aptos a atender aos interesses do mercado, conscientes de seu papel como agentes transformadores. Privilegiamos uma visão eclética, não unicamente para a clínica e a cirurgia, formação tradicional nessa área, mas uma visão holística, que inclui a prática da produção animal”, explica Zanella, enfatizando que o aspecto empreendedor dos profissionais também é desenvolvido na formação. Considerando a fauna silvestre e sua abrangência regional, o curso disponibiliza atendimento clínico e hospitalar. Especialmente na área de ensino, desenvolve trabalho exemplar na área de animais silvestres, com destaque para a atuação do Grupo de Estudos de Animais Silvestres (Geas).
Números expressivos
No Hospital Veterinário (HV), professores, residentes, acadêmicos e funcionários têm atuação permanente em diversas áreas. Os laboratórios de diagnóstico (Patologia, Bacteriologia, Imunologia, Parasitologia, Reprodução, Análises Clínicas e Imagem), desde sua criação, realizaram 28.636 análises. Além disso, foram feitas 1.546 cirurgias e 12.901 atendimentos clínicos, em grandes e pequenos animais. O Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa), por meio do Serviço de Análises de Rebanhos Leiteiros (Sarle), já processou 1.283.611 amostras de leite.
O curso de Medicina Veterinária desenvolve ações junto à comunidade regional por meio de projetos de extensão. No projeto “Educação em saúde”, são realizadas visitas em escolas da região para informar sobre zoonoses. O projeto “Atenção às famílias de carroceiros” atende a famílias que utilizam carroça e cavalo na coleta de lixo para reciclagem. São atendidas 250 famílias e 400 equinos, que são avaliados e, se necessário, medicados. Além disso, é realizado um trabalho de prevenção de zoonoses. Pequenas propriedades que trabalham com a produção leiteira são o espaço de atuação do projeto “Agroleite”, que promove treinamento para 15 pequenos produtores da região. O projeto “Castração de cadelas” atua em comunidades carentes. Por sua vez, o “Adote um focinho” orienta a população sobre a posse responsável de animais de companhia.
Pesquisa e internacionalização
A UPF foi uma das primeiras a oferecer programa de residência em Medicina Veterinária, que hoje integra os Programas de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde, nas áreas de clínica cirúrgica de pequenos animais, anestesiologia, clínica médica de pequenos animais, patologia animal, patologia clínica veterinária, clínica médica de equídeos e clínica médica de ruminantes. Desde 2012, a área conta com o mestrado em Bioexperimentação, que tem duas linhas de pesquisa: Etiopatogenia, epidemiologia, e diagnóstico laboratorial de doenças transmissíveis e não transmissíveis; e Higiene, inspeção, microbiologia e composição química de alimentos.
A FAMV vem trabalhando pela internacionalização do curso de Medicina Veterinária. Para isso, realiza parcerias com instituições de pesquisas estrangeiras, com o estímulo para o intercâmbio de estudantes da pós-graduação, bem como do estágio pós-doutoral de professores. “Temos professores com projetos em colaboração com universidades na Holanda, no Canadá, nos Estados Unidos e na Espanha. Uma pós-doutoranda da Itália está trabalhando com os professores em projetos do mestrado em Bioexperimentação, dando suporte no laboratório para os alunos de mestrado, trazendo uma experiência para os laboratórios que certamente irão refletir na graduação do curso de Medicina Veterinária”, considera o professor Eraldo Zanella.
Precursores
O professor Zanella destaca que a criação do curso foi aprovada por meio da resolução do Consun nº 5, de 1996. “Foi a formalização do sonho do professor Edison Nunes, concretizado com a contribuição dos professores Marilda Rodigheri, Augusto Olivaes, Ana Lucia Veras, Elci Dickel, Roque Bampi, Francisco Guerra, Clara Gehm, Flauri Migliavaca, Lizete Eichler e Elmar Floss, que trabalharam na avaliação da viabilidade da graduação”, recorda.