Protesto pacífico de servidores altera pouco a rotina da cidade

Servidores estaduais da segurança pública, da educação e da saúde atenderam apenas emergências durante 15h, nessa quinta-feira

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Sem receber o salário integral e sem previsão para o restante do pagamento, servidores estaduais que integram as áreas de segurança pública, educação e saúde, manifestaram-se nessa quinta-feira (4), em todo o Estado. Foram 15 horas de paralisação, que acabou às 21h de ontem. Nesse tempo, o bloco de segurança pública do município, bem como o setor de saúde, atenderam apenas emergências. Já a educação parou parcialmente, com 23 escolas fechadas, 10 funcionando normalmente e cinco de forma parcial. Os funcionários reivindicam a integralização do salário, que foi parcelado, mais uma vez.

O governador José Ivo Sartori coordenou reunião com a cúpula da Segurança Pública, formada por Brigada Militar, Polícia Civil, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Instituto-Geral de Perícias (IGP), ainda na quarta-feira, no Palácio Piratini. No encontro, o governador tratou de providências para garantir a proteção da sociedade durante as manifestações.

Brigada Militar
De acordo com presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), José Luiz Zibetti, as viaturas não circularam no período das 06h às 21h, conforme combinado junto ao comando. O trabalho preventivo e ostensivo durante todo o dia. Os policiais militares de serviço saíram do quartel apenas para atender ocorrências consideradas mais graves.

Corpo de Bombeiros
Os bombeiros estiveram aquartelados no horário de paralisação. Não houve serviço externo de prevenção e vistoria, como de costume. Os socorristas permaneceram de sobreaviso, segundo o capitão Jandir Borba, para atender aos chamados de emergência, como acidentes e incêndios.

Polícia Civil
Sem operação, cumprimento de mandado, investigação e registro de ocorrências. A Polícia Civil parou integralmente nessa quinta-feira. Os servidores plantonistas foram orientados a atender estritamente ocorrências consideradas graves (latrocínio, homicídio ou estupro), caso ocorressem. O representante do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), em Passo Fundo, Luiz Fernando Perin, frisou que, antes de serem policiais, os servidores são maridos, pais e gestores de famílias. “Nós fizemos um juramento de sermos policiais 24h por dia e jamais vamos nos negar a atender a sociedade. Mas, sem salário, eu não consigo administrar a minha própria família”, esclarece e completa com um questionamento: “O que adianta eu ser um herói na rua, se não consigo ser na minha própria casa?”

Susepe
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) realiza operação padrão. Os detentos não são conduzidos para audiências e o número de visitas reduziu de três para um, por apenado, nos dias determinados. Como o número de servidores é reduzido, os funcionários reforçaram o trabalho durante a manhã, para juntarem-se ao restante dos manifestantes durante a tarde.

IGP
O Instituto Geral de Perícias realizou atividades dentro da normalidade durante a terça-feira, segundo o Ricardo Durks. Nenhum agente do órgão participou do ato em frente à Catedral.

Saúde
Na 6ª Coordenadoria Regional de Saúde estão sendo realizados apenas atendimentos de emergência por profissionais de plantão, como pedidos de internações dos municípios. O atendimento ao público, fiscalizações de rotina e visita aos municípios não foram realizados durante as 15 horas de paralisação da quinta-feira. A diretora do Sinpergs, Marli Favretto, classifica como injusto o parcelamento salarial apenas do Poder Executivo e não dos demais. “Nas eleições, a prioridade é saúde, educação e segurança. Depois, são esses, os setores esquecidos por nossos representantes”, frisa.

Educação
Das 38 escolas estaduais do município, incluindo as duas do interior, apenas 10 abriram normalmente. Um total de 15 escolas não abriu, segundo informações da 7ª Coordenadoria Estadual de Educação. Outras oito escolas aderiram à paralisação, mas funcionaram internamente e cinco, aderiram ao movimento de forma parcial, com aulas em horário reduzido.

Escolas Fechadas
Mario Quintana, Jerônimo Coelho, Salomão Ioshpe, EENAV, Cardeal Arco Verde, Antonino Xavier e Oliveira, Adelino Pereira Simões, Monte Castelo, Ana Willing, Eulina Braga, Lucile Fragoso de Albuquerque, Wolmar Salton, Claudio Manoel da Costa, Professor João de Césaro e Meibe Ribeiro.

Escolas com servidores paralisados
Protásio Alves, Irmã Maria Dolores, Gervásio Lucas Annes, Irmã Maria Margarida, Tiradentes, Maurício Sirotsky Sobrinho e as escolas das comunidades de São Roque e de Santo Antônio do Capinzal.

Escolas parcialmente paralisadas
Fagundes dos Reis, Monteiro Lobato, Ana Luiza Ferrão Teixeira, Cecy Leite Costa e Ernesto Tochetto

Coletivos urbanos
O transporte coletivo urbano trafegou pelas ruas normalmente durante a quinta-feira. Os funcionários das empresas se reuniram antes do início de trabalho e decidir por não paralisarem as atividades.

Agências bancárias
Uma decisão judicial autorizou durante a madrugada de quinta-feira, a abertura de agências bancárias no Estado e permitiu que os bancos tivessem, também, expediente interno independente da existência ou não de policiamento na data. No município, conforme o Sindicato dos Bancários, as agências abriram no horário de funcionamento e atenderam normalmente o público.

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