Cuidar no inverno para ter verão tranquilo

Reunião realizada ontem à tarde estabeleceu estratégias para continuar dando ênfase à prevenção

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Trabalho de controle dos focos da dengue continua mesmo no invernoTrabalho de controle dos focos da dengue continua mesmo no inverno
Trabalho de controle dos focos da dengue continua mesmo no inverno
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Ainda que a aparição do mosquito aedes aegypti – causador da dengue e febre chicungunya – seja mais comum no verão, a prevenção deve se estender pelo ano inteiro. Isso por que, mesmo que os insetos adultos morram por conta das temperaturas baixas, os ovos do mosquito conseguem permanecer até 450 dias em reservatórios de água parada. Resultado: quando a temperatura sobe, alguns destes ovos podem eclodir, tornando-se, assim, mosquitos adultos capazes de proliferar o vírus da dengue.

No boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) de julho, Passo Fundo foi enquadrado como um dos 33 municípios que registraram casos autóctones – contraídos localmente. Além disso, a cidade também pertence ao grupo de 211 municípios gaúchos infestados. “Mesmo assim, o frio acalma a proliferação e estamos mais tranquilos neste ano em comparação com o ano passado”, afirma a coordenadora de Vigilância Ambiental de Passo Fundo, Ivânia Silvestrin. Segundo ela, o fato do inverno de 2015 não ter sido tão rigoroso quanto o atual fez com que o controle no verão seguinte precisasse ser intensificado.

Desta forma, os trabalhos seguem durante todo o ano. Na tarde de ontem (9), por exemplo, o Comitê de Combate a Dengue esteve reunido para buscar estratégias e dar continuidade ao trabalho de prevenção no município. “Seguimos com o frio, batendo de porta em porta, com notificações e vistorias, porque o controle precisa continuar com a mesma ênfase. Se não tivermos o cuidado de não manter água parada e eliminar os criadouros no inverno, com certeza teremos um verão muito mais tranquilo e seguro”, explica a coordenadora. Por isso a recomendação continua a mesma: eliminar água parada.

Até o dia 30 de julho foram registrados 7.343 casos suspeitos de dengue no estado – 2.324 foram confirmados sendo 2.056 autóctones. Dos 62 municípios pertencentes a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), 27 estão com infestação: Água Santa, Almirante Tamandaré do Sul, Alto Alegre, Barracão, Campos Borges, Carazinho, Casca, Coqueiros do Sul, Coxilha, Espumoso (possui casos autóctones), Ibiaçá, Ibirapuitã, Lagoa dos Três Cantos, Lagoa Vermelha, Marau, Mormaço, Não Me Toque, Passo Fundo (possui casos autóctones), Pontão, Sananduva, Santo Antônio do Planalto, São José do Ouro, Soledade, Tapejara, Tapera, Tio Hugo e Victor Graeff. Em 2016 também houve o registro do primeiro óbito do RS: uma mulher residente de Faxinalzinho – pertencente a 11ª CRS – que teria sido infectada em Chapecó, SC.

Vacinas já estão a venda

Alguns laboratórios de vacinas de Passo Fundo já possuem a dose da vacina contra a dengue em seus estoques. Cada uma custa cerca de R$ 250 e deve ser tomada em três etapas, com intervalo de seis meses cada.

A proteção total, portanto, só se conquista após um ano de tratamento, mesmo que haja uma liberação crescente de anticorpos no corpo desde a primeira dose. Aceita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro deste ano, a vacina foi produzida por um laboratório francês e ainda não está disponível pelo SUS. O Ministério da Saúde discute o custo e benefício da inclusão da vacina no calendário nacional de imunização. Entre os motivos para que isso não tenha acontecido até o momento, como divulgado após sua liberação, está o preço da dose e o questionamento quanto a eficácia do medicamento – não considerada muito alta.

Ela garante pouco mais 65% de proteção geral enquanto outras vacinas como a da febre amarela e do sarampo, por exemplo, garantem 90% e 98%, respectivamente. A atual vacina também não protege contra os vírus Zica e Chicungunya, o que mantêm os cuidados contra o mosquito. Pessoas entre nove e 45 podem se prevenir com a vacina. Ela é contraindicada em gestantes e pessoas com imunidade comprometida (portadores do vírus HIV, por exemplo).

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