Concorrência força variação do preço da gasolina

Quem sai ganhando é o consumidor que está pagando um pouco mais barato pelo preço do combustível

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Reduzir os lucros para enfrentar a concorrência tem sido a estratégia adotada pelos proprietários de postos de combustíveis em Passo Fundo. Integrante do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustível e Lubrificantes do RS (Sulpetro), Doli Maria Dalvit afirma que este tem sido o principal motivo da variação do preço da gasolina na cidade. Segundo ela, o setor registrou uma queda no movimento de aproximadamente 40% desde o início deste ano. “As companhias não baixam o preço, os comerciantes é que estão reduzindo o preço na bomba para enfrentar a concorrência. O lucro é cada vez menor” explica.
A média do litro da gasolina em Passo Fundo é de R$ 3,99. No entanto, há varições de um posto para outro. Um dos comerciantes, que pediu para não se identificar, comercializou o produto, até o início de julho deste ano, por R$ 3,89. A partir do dia 12 do mesmo mês, baixou o litro para R$ 3,79, uma economia de dez centavos no bolso do consumidor. Doli afirma que a margem de lucro do comerciante gira em torno de 10 a 12%. Quando a venda é feita através do cartão, esta índice sofre ainda uma redução de 4%. “O lucro vira em nada. Por isso o setor enfrenta uma quebradeira” define.


Abaixo da média
Trabalhar com uma média de lucro menor e apostando no volume de vendas, tem sido a estratégia do comerciante Giovani Lauxnn. Gerentes de dois postos, ele comercializa o litro da gasolina por R$ 3,69. Uma diferença de trinta centavos em relação a média. Há 15 anos no ramo, o comerciante explica que consegue chegar a este valor por não ter vínculo com apenas uma companhia distribuidora. “Somos um posto bandeira branca. Diariamente faço uma pesquisa e compro daquela que estiver com o preço melhor. Claro que minha margem de lucro é menor, mas consigo compensar esta diferença através do volume de vendas” afirma. Seguindo este raciocínio, o empresário já anunciou que, se o produto não sofrer reajuste nos próximos meses, até o início de outubro, pretende baixar ainda mais o preço. “Se não acontecer nenhuma interferência, vou vender o litro da gasolina por R$ 3,49” prevê.

Petrobras
A Petrobras não tem previsão de fazer um reajuste de preços dos combustíveis, no momento. Mas, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, disse quinta-feira, que a a companhia tem mantido a prática de avaliar a garantia de que pratica preços competitivos, de participação no mercado e, na medida em que for necessário mexer nos valores, a decisão será tomada.
“Por enquanto, o cenário não está muito claro. Tem uma volatilidade muito grande de preço. Se olhar os fundamentos do mercado, o que se estava  esperando do inverno nos Estados Unidos não foi, os estoques de diesel ficarem bastante elevados no meio do inverno, a estação de férias do hemisfério norte também não puxou os preços da gasolina para cima, o petróleo caiu quase US$ 5 por barril no mês na quinta-feira, subiu cinco. Permanentemente a gente monitora os fundamentos de mercado e olha market share (participação no mercado) versus preços de mercado. Na hora em que precisar tomar uma decisão, a gente vai tomar”, disse Celestino.

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