A formação na área da medicina tem sido cada vez mais globalizada. Métodos de ensino, como os desenvolvidos no Canadá, inspiram professores a buscar a qualidade do currículo. Com o objetivo de trocar experiências e oportunizar um olhar diferenciado aos alunos, a direção da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF) promoveu um encontro para falar sobre a “Educação médica no Canadá”. A palestra foi ministrada pelo egresso da UPF, Dr. Daniel Garros, hoje professor titular da Faculdade de Medicina da University of Alberta do Canadá.
Formado em 1985, Daniel fez a sua residência em pediatria em Porto Alegre. Lá, sentiu necessidade de buscar capacitação no exterior. Por meio de uma parceria com o Rotary Club, ele conseguiu a oportunidade de se especializar em UTI Pediátrica no The Hospital for sick Children. Quando estava pronto para voltar ao Brasil, recebeu o convite para permanecer no país, consolidando sua carreira em solo canadense.
Segundo Daniel, a ideia de voltar a Passo Fundo para conversar com os alunos surgiu durante a confraternização pela passagem dos trinta anos de formatura, realizada em 2015. Para ele, além da alegria de rever a cidade e a Universidade, o encontro fortalece o seu compromisso com a medicina. “A ideia é não somente trazer a experiência pessoal, mas mostrar o que podemos fazer para melhorar a saúde da criança brasileira. Tudo que eu faço é pensando nisso. Vindo aqui, tenho essa oportunidade de mostrar o que estamos fazendo lá para melhorar a vida do profissional, dando apoio e suporte para as decisões éticas e práticas, para que ele possa ser esse agente transformador da realidade. São situações distintas entre Brasil e Canadá, mas existem muitas coisas que podem ser aplicadas aqui”, ressaltou.
Conforme o diretor da Faculdade de Medicina, professor Dr. Gilberto Bortolini, a educação médica no Canadá é referência para muitos países e escolas de saúde. De acordo com ele, a UPF tem buscado embasar o ensino nesse modelo.
Embora exista uma diferença enorme entre a realidade do Brasil e do Canadá, o fato de o país contar com um eficiente sistema público de saúde aproxima os aprendizados. Para Bortolini, a troca é sempre enriquecedora. “O objetivo é trazer um paralelo sobre o que é feito lá e o que podemos melhorar aqui. Observarmos como estamos em relação ao que é que feito no Canadá. A ideia é que nossos alunos tenham noção de que as mudanças no ensino que fazemos aqui na UPF têm influência desse sistema e dessa visão de saúde que pensa no profissional e também na qualidade do serviço prestado para as pessoas”, destacou.