Escola pública entre as melhores em Passo Fundo

Em Passo Fundo o Colégio Tiradentes da Brigada Militar aparece com a terceira melhor nota, atrás apenas do Colégio Marista e do Integrado da UPF

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O Colégio Tiradentes Brigada Militar alcançou média de 605,15 pontos no Enem 2015O Colégio Tiradentes Brigada Militar alcançou média de 605,15 pontos no Enem 2015
O Colégio Tiradentes Brigada Militar alcançou média de 605,15 pontos no Enem 2015
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O sistema de notas por escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi divulgado nesta terça-feira (4), pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em Passo Fundo, a melhor média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 é do Colégio Marista Nossa Senhora da Conceição, que somou 623,46 pontos. Atrás do Colégio Marista, estão o Ensino Médio Integrado da UPF (608,53 pontos) e o Colégio Tiradentes Brigada Militar (605,15 pontos).
Entre as escolas públicas, atrás do Tiradentes, a Escola Estadual de Ensino Médio Protásio Alves obteve a melhor média, com 528,556 pontos. Entre as escolas abrangidas, da rede pública, a estadual Ernesto Tochetto ficou com a pior colocação, 465,28 na média. A média foi calculada a partir das médias da escola nas competências de linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e por fim, matemáticas e suas tecnologias.
Os resultados do Enem por Escola contemplam as 14.998 escolas que cumpriram os critérios de ter pelo menos dez alunos participantes do Enem 2015 e de ter taxa de participação igual ou superior a 50%. Os resultados também contabilizam os 1.212.908 estudantes matriculados no 3º ano do Ensino Médio Regular, declarados no Censo da Educação Básica de 2015 e que realizaram as quatro provas objetivas e a prova de redação do exame no ano passado, recebendo nota maior que zero nas objetivas e não tendo sido eliminados da redação.
Escolas públicas com melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) formam estudantes desde o 1º ano do ensino médio, têm maior parte dos professores formados na área que lecionam e atendem estudantes de nível socioeconômico alto ou muito alto. Nove das dez escolas têm 80% dos estudantes matriculados na instituição desde o 1º ano do ensino médio e têm mais de 70% dos professores formados na disciplina que lecionam. “Isso demonstra que o Brasil sabe fazer uma escola pública extremamente estruturada com professores mais valorizados e isso acaba tendo resultado”, diz o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.
Sete das dez escolas com as melhores médias gerais são federais. Integram a lista escolas militares e escolas técnicas estaduais. Cara ressalta que são, na maioria, escolas que selecionam os estudantes, mas, segundo ele, não são boas porque os estudantes são selecionados, mas selecionam, segundo ele, porque a qualidade é alta e a procura por essas instituições é grande.
Desigualdade
No ranking geral, considerando também as escolas privadas, a primeira escola pública aparece na 33ª posição, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa (MG). A primeira escola pública estadual a despontar entre as melhores médias está em 147º lugar, o Colégio Estadual Tiradentes, em Porto Alegre (RS), que atende a alunos de nível socioeconômico alto.
Entre as privadas, seis das dez com melhores médias têm menos de 20% dos estudantes formados pela instituição desde o 1º ano do ensino médio. Também atendem alunos de nível socioeconômico muito alto ou alto - quatro das escolas estão sem informações. “O que é preocupante é que o Enem por escola demonstra o quanto o Brasil reproduz desigualdades, entre as privadas, entre as públicas. As escolas que vão bem, são escolas de elite”, diz Cara.
“A larga maioria das escolas ainda deixa muito a desejar”, diz o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. “Para mim, mudar o currículo é apenas um lado da moeda. Outro fator muito importante para reduzir a desigualdade que começa na alfabetização é que é preciso ter qualidade e equidade para todos os estudantes e isso passa pela formação do professor”. Ramos acrescenta que é preciso atrair jovens para a carreira de magistério, sobretudo para as áreas de exatas, cujo desempenho dos estudantes é mais baixo.

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