A fila de candidatos começou a se formar cedo na manhã de ontem (9): pelo menos 1,5 mil desempregados passo-fundenses aguardavam na calçada da Avenida Brasil, próxima a Agência FGTAS/Sine, desde as 6h, para cadastrar o currículo e fazer entrevista de emprego no mutirão do EmpregaRS. Mãe e filha fazem parte deste contexto: Selma Borges Vieira e Bruna Vieira Ortiz, de 27 anos, aguardaram até o início da tarde para pegar suas senhas.
Chegaram na fila por volta das 8h e a encontraram na esquina das ruas Antônio Araújo com a Moron. “O que não dá é ficar desempregada, né? Agora estou trabalhando como diarista, mas quero um emprego fixo, para receber mês a mês, bem certinho”, justifica dona Selma. As duas fazem parte da estatística de desemprego de Passo Fundo – uma das mais acentuadas do estado.
No total, a terceira edição do EmpregaRS somou mais de nove mil atendimentos em 32 agências FGTAS/Sine do RS. No total, foram oferecidas 3,4 mil vagas em 117 empresas em todo estado. Ainda assim, de acordo com o diretor-geral da agência passo-fundense, Sérgio Ferrari, o número de empregabilidade caiu muito desde maio de 2015. Uma amostra disso é o aumento gradativo de encaminhamentos de seguro-desemprego dos últimos 10 meses: mais de nove mil só em Passo Fundo.
“E isso só para as pessoas que têm direito. Se você incluir as que não têm, que não o adquiriram no prazo legal, por exemplo, podemos chegar aos 12 mil”, afirma ele. Este percentual vai de encontro ao saldo negativo de postos de emprego: variam de sete a nove mil casos. Este foi o cenário levou tantas pessoas para a fila do Sine ontem.
Dados da agência estimam que pelo menos 1,5 mil pessoas aguardavam atendimento. A demanda por vagas, no entanto, não chegava a 10% do total: foram 120 vagas disponibilizadas, além das 50 para portadores de deficiência. “Destes 50, no entanto, não ocupamos nenhuma. Temos muita dificuldade neste sentido por conta da legislação tanto de parte das empresas quanto dos candidatos”, comenta Ferrari.
Por volta das 14h, as portas da agência precisaram ser fechadas: o sistema não suportaria tanta demanda. Pelo menos 500 pessoas ficaram de fora. Ainda assim, 600 trabalhadores foram encaminhados para entrevistas em empresas. Outros 30 foram contratados na hora por instituições parceiras – cerca de 20, como informou Ferrari. Em Porto Alegre a situação teve maior intensidade: o atendimento cessou às 10h, mesmo que a região metropolitana seja a com maior número de vagas – eram 556, o que soma 972 para toda região.
Funcionamento
A partir de agora, as vagas seguem no sistema do Sine até que sejam preenchidas. A partir de hoje a agência segue em funcionamento normal: das 8h às 17h, atendendo a solicitações de carteira de trabalho, seguro-desemprego e intermediação de mão de obra. A previsão para o próximo EmpregaRS é para o próximo ano.