Nos últimos meses, o número de casos de caxumba em Passo Fundo cresceu de maneira alarmante e deixou o município em estado de alerta. Até a última sexta-feira (25), cerca de 150 casos de pessoas contaminadas haviam sido registrados, segundo o Núcleo de Vigilância Epidemiológica de Passo Fundo. Após o último fim de semana, o registro de casos confirmados chegou a 230, contra apenas 23 registrados no ano passado. O número expressivo já caracteriza situação de surto da doença.
A enfermeira e coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Raquel Carneiro, explica que as medidas tomadas pela Vigilância seguem as mesmas, embora com maior intensidade. Os cuidados com a caxumba ainda se baseiam principalmente na prevenção, por meio de vacina disponível em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). O público-alvo da vacina é pessoas com idade até 49 anos, mas indivíduos mais velhos, que nunca receberam a vacina e tiveram contato com pessoas contaminadas, podem procurar uma UBS para receber a dose. “A gente pede que as pessoas confiram a carteira de vacinação e, caso já tenham feito a vacina, não façam novamente. Não há necessidade. Tomar outra dose não reforça a primeira”, explana. “Caso alguém perca a carteira de vacinação e realmente desconheça se já recebeu a vacina ou não, é possível receber a dose para garantir, mas não é recomendado. Como qualquer outro medicamento, o excesso traz riscos”. Ainda não há estimativa exata de quantas doses foram disponibilizadas à população, mas a enfermeira garante que, embora a procura pela vacina seja grande, as doses disponíveis devem ser suficientes para suprir a demanda.
Os agentes da Vigilância Epidemiológica trabalham com a colaboração das Unidades de Saúde para que os casos sejam notificados. Pessoas contaminadas estão sendo orientadas a se afastarem de suas atividades estudantis e/ou trabalhistas durante 10 dias para que o vírus não se espalhe. Também estão sendo contatadas pessoas do convívio social de indivíduos contaminados, que não fizeram as duas doses da vacina, para que recebam a vacina de bloqueio à caxumba. O Secretário Municipal da Saúde, Luiz Arthur Rosa Filho, explica que essa dose de bloqueio está sendo oferecida há 15 dias, como estratégia para conter o surto. A expectativa é que o número de pessoas se estabilize com a chegada das férias universitárias, já que estudantes entre 20 e 40 anos de idade constituem o grupo mais atingido.
Cuidados e informações
- Febre, dores no pescoço e inchaço nas glândulas salivares são os principais sintomas da doença;
- A caxumba é tratada naturalmente pelo organismo e não exige tratamento específico. Indica-se apenas repouso e administração de analgésicos para alívio da dor;
- A recuperação leva cerca de duas semanas, mas o vírus pode ser transmitido uma semana antes do aparecimento dos sintomas, quando muitas pessoas ainda não sabem que estão com caxumba;
- A transmissão ocorre por meio do contato com a saliva de pessoas infectadas (é importante lembrar-se de não levar as mãos à boca sem lavá-las e não compartilhar objetos com pessoas contaminadas, como toalhas, copos, pratos e talheres);
- A vacina é contraindicada para grávidas e pessoas alérgicas a ovo;
- Quando contraída no primeiro trimestre de gestação, a caxumba traz risco de aborto espontâneo.
230 casos de caxumba confirmados
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