"Sou eu quem tem que dar apoio à Chapecoense", diz mãe de Danilo

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Mãe de Danilo, Iloídes Padilha, deu entrevista coletiva aos jornalistas na tarde dessa sexta-feira (2)Mãe de Danilo, Iloídes Padilha, deu entrevista coletiva aos jornalistas na tarde dessa sexta-feira (2)
Mãe de Danilo, Iloídes Padilha, deu entrevista coletiva aos jornalistas na tarde dessa sexta-feira (2)
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Iloídes Padilha não titubeia em frente das câmeras. Rodeada de jornalistas, não tem receio em demonstrar sua dor em um momento trágico: no início da semana perdeu o filho, o goleiro Danilo, no acidente de avião que matou 71 integrantes do Chapecoense.

Nesta sexta-feira (2), deixou Cianorte, município localizado ao noroeste do Paraná, para acompanhar o velório do filho no time onde jogava desde 2013, em Chapecó. Durante a entrevista, foi questionada a respeito do suporte dado pelo clube no momento de tragédia. “Se eu disser que recebi algum apoio [do clube] vou estar mentindo Recebi, sim, da torcida. Só que aí percebi que era eu quem tinha que dar apoio para a Associação Chapecoense. Aqui, sim, não sobrou quase nada. Eles estão perdidos da mesma forma que nós”. Em silêncio, os profissionais da comunicação manifestaram suas homenagens.

Legado

Na altura das costas, letras em caixa alta formam a palavra ‘Daniletes’. O termo é uma analogia às fãs que mantêm o Fã-Clube Danilo Padilha, formado no segundo semestre do ano passado. Algumas das componentes – as estudantes Larissa Martins (17), Daniela da Cruz (14) e Letícia Bauerann (16) – estão ao lado da dona Iloídes enquanto ela dá entrevista aos jornalistas. As três viraram amigas por causa de Danilo: eram assíduas nos jogos e, aos poucos, passaram a admirar o jogador. Hoje formado por sete amigas, o Fã-Clube organizou uma festa surpresa para o craque no início de setembro – dias depois do aniversário de Danilo, no dia 31 de julho. “Conhecemos a família dele, tínhamos uma convivência muito grande. Para a festa compramos presentes, pedimos ajuda para a mãe e a mulher dele; colamos fotos na parede, fizemos vídeo com depoimentos. Foi o dia mais feliz da minha vida”, conta Larissa, que soube do acidente logo na madrugada de terça-feira e, desde então, passa os dias na Arena do Condá. A mesma situação é compartilhada por Letícia e Daniela. “Fui na aula terça porque tinha prova. Desde então passo os dias aqui”, diz Letícia.

Juntas de dona Iloídes, ouvem a mãe do ídolo falar do legado deixado por Danilo. “Você acha que é fácil estar onde ele estava? Já viu o tamanho dele? O Danilo nunca passou num peneirão sequer quando era pequeno, por causa da altura. Não era alto o suficiente. O legado que ele sempre deixava para quem estava começando a carreira é que nunca desista de seus sonhos, corra atrás deles”, termina a mãe.

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