Protesto contra a corrupção

Organizado pelo Movimento Ordem e Progresso, manifestação ocorreu em defesa da Operação Lava Jato e contra as modificações no pacote de medidas anticorrupção

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Manifestantes carregavam cartazes e bandeiras do BrasilManifestantes carregavam cartazes e bandeiras do Brasil
Manifestantes carregavam cartazes e bandeiras do Brasil
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Como parte da manifestação que ocorreu em âmbito nacional, contra as modificações no pacote de medidas anticorrupção recentemente aprovado e em defesa da Operação Lava Jato, centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo, carregando cartazes e bandeiras do Brasil, foram à Praça da Mãe, na Avenida Brasil Oeste, na tarde de domingo (4). Cerca de 200 pessoas se reuniam no local. A expectativa dos organizadores era de que mil pessoas passassem pelo local entre às 16h e 18h.

A manifestação começou a ser organizada depois da madrugada do dia 30 de novembro, quando a Câmara de Deputados aprovou por 450 votos a favor, um contra e três abstenções, o Projeto de Lei 4850/16, que prevê um pacote de medidas contra a corrupção, entre elas a tipificação do caixa dois como crime eleitoral, a criminalização do eleitor pela venda do voto e a transformação em crime hediondo do ato de corrupção que envolva valores superiores a 10 mil salários mínimos. Embora a proposta tenha surgido a partir de uma campanha intitulada “Dez Medidas Contra a Corrupção”, na votação, seis dessas medidas foram retiradas, danificando a ideia original do texto. A principal mudança feita pelos deputados prevê casos de responsabilização de juízes e de membros do Ministério Público (MP) por crimes de abuso de autoridade. Entre os motivos listados está a atuação com motivação político-partidária. Esta decisão foi interpretada pela população, pelos juízes e os membros do MP como uma maneira de amedrontar os integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. A possível anistia ao caixa dois foi outro tema polêmico.

Na manifestação em Passo Fundo, o discurso foi liderado, principalmente, por um dos organizadores do Movimento Ordem e Progresso, Rubens Blum. Ele se dizia indignado com o cenário político atual, mas destacava que o Movimento não tem partido e que as pessoas ali presentes também deveriam manifestar-se de maneira apartidária, para que não houvesse desunião. Também estavam espalhados pela praça cartazes que estampavam os dizeres “Fora, Renan”, em referência ao presidente do Senado, Renan Calheiros, que se tornou réu na Lava Jato na última semana, acusado de desviar dinheiro público. No decorrer da tarde, o microfone ficou aberto aos participantes do ato, para que pudessem compartilhar suas opiniões.

Brasil

De acordo com organizadores, cerca de 200 cidades ao redor do país aderiram à manifestação, entre elas Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, na Esplanada dos Ministérios até às 11h15 entre 4 e 5 mil pessoas participavam pacificamente do protesto. Para os organizadores, são mais de 15 mil manifestantes. Entre os movimentos que convocaram os protestos, estão o “Vem Pra Rua” e o “Avança Brasil”. As manifestações foram permitidas apenas no gramado da Esplanada dos Ministérios, a partir da Catedral de Brasília até a Avenida das Bandeiras, mas alguns manifestantes conseguiram chegar próximo ao espelho d'água do Congresso Nacional, onde espalharam desenhos de ratos, simbolizando, segundo eles, os políticos. Em diversos momentos, os manifestantes fizeram pausas para cantar o Hino Nacional. O presidente do Senado e a Câmara dos Deputados divulgaram nota defendendo legitimidade das manifestações e afirmando respeitar os atos.

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