Os argentinos já começam a fazer contatos e solicitar reservas nos hotéis de Passo Fundo para a segunda quinzena de dezembro e janeiro de 2017. O movimento dos hospedes não começou ainda, mas a expectativa é de que isso passe a acontecer na segunda quinzena do mês. Conforme o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo (SHRBS), Edgar Camozzato, em função do momento econômico, a expectativa da entidade patronal é de movimento parecido com o registrado na temporada anterior. O empresário de uma rede de hotéis, Osvaldo Nedeff Klaus, que também é membro do SHRBS, a perspectiva é boa e nesta temporada “deverá aumentar o número de argentinos que passam por Passo Fundo”. Os principais motivos do otimismo do empresário estão no valor do dólar, que favorece o turismo argentino no Brasil, e no momento econômico do país vizinho que apresenta sinais de crescimento.
O movimento dos hermanos nesta época do ano anima o setor de serviços da cidade. De acordo com Camozzato, o sindicato está fazendo divulgações em outdoor para atrair os argentinos à cidade. Passo Fundo é um destinado procurado pelos argentinos em função da grande estrutura hoteleira e gastronômica, que oferece conforto, segundo o diretor da Passotur, órgão responsável pela setor de turismo da Prefeitura, Daniel Lé. Além do conforto, o diretor enfatiza que Passo Fundo é uma cidade completa que disponibiliza todos os serviços desde manutenção mecânica até atendimento de saúde. “É uma cidade que oferece segurança para o viajante”, explica.
Informações
Para recepcionar os argentinos, até alguns anos atrás, as informações para turistas eram disponibilizadas em postos, distribuídos na cidade. Porém, com a chegada dos smartphones e da internet, os pontos de informações físicos foram abolidos. Atualmente permanecem apenas dois pontos com totens, um no Boqueirão e outro no Panorâmico - que são as principais entradas de argentinos na cidade. Além disso, o aplicativo Viva Passo Fundo funciona como guia turístico da cidade.
Movimento nas rodovias
Nas rodovias também não há grande movimentação de argentinos, apesar de alguns já serem vistos transitando pelas rodovias da região, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O chefe da 8ª Delegacia da PRF, Rodrigo Calegari, explica que eles geralmente começam a passar pela BR 285 a partir do dia 20 de dezembro. Em 2012, passaram 35,9 mil veículos com placas argentinas pela rodovia da região. Depois desta data não há mais estatísticas, pois o pedágio pelo qual os hermanos passavam, em Carazinho, fechou. Apesar de não haver mais estatísticas do volume de veículos, Calegari afirma que o verão passado foi o de maior movimento dos estrangeiros nas estradas gaúchas. “Ano passado, por Uruguaiana, na BR 290, entraram 1,5 milhão de carros argentinos”, relembra. O policial estima que nos últimos anos, mais de 50 mil veículos tenham passado pela BR 285. “Para esse ano, a expectativa é ainda maior”, conclui.
A partir das próximas semanas, a PRF de todo Brasil inicia a Operação Integrada Rodovida, com o objetivo de reduzir os acidentes e as mortes no trânsito. Ações simultâneas e conjuntas em locais e horários pré-definidos visam aumentar a presença e a disponibilidade dos órgãos públicos nas rodovias proporcionando segurança, conforto e fluidez. Segundo Calegari, para os argentinos é enfatizada a legislação de trânsito e intensificada a fiscalização e a cobrança de autuações.
Rota
Passo Fundo não nega a sua característica de terra de passagem. Nos séculos passados, eram os tropeiros que pernoitavam pelo município. Hoje, são os hermanos argentinos. Eles vêm das mais diversas cidades e atravessam as fronteiras, muitas vezes percorrendo mais de mil quilômetros para descansar e passear nas praias catarinenses. A BR 285 é uma das rotas que dá acesso ao litoral. Como a viagem é longa, os argentinos passam uma noite por aqui para descansar.
A BR-285 é uma rodovia praticamente obrigatória na quase totalidade dos trajetos possíveis. Isso vale tanto para quem vem de locais mais próximos ou distantes. De Posadas a Florianópolis são 980 km e Passo Fundo fica praticamente na metade do caminho. Já quem vem de Tucumán tem pela frente 2.070 km e, neste caso, Passo Fundo representa o início do último quarto da viagem. Os veranistas que partem de Córdoba irão andar 1.900 km e de Buenos Aires 1.740 km. (Compare: Passo Fundo - Rio de Janeiro = 1.424 km).