Alterações no sistema preocupam agricultores familiares

Tema é um dos debatidos na plenária regional em Passo Fundo em preparação ao Congresso da Contag que acontece em março

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Passo Fundo sediou plenária regional em preparação ao 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras FamiliaresPasso Fundo sediou plenária regional em preparação ao 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares
Passo Fundo sediou plenária regional em preparação ao 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares
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As reformas da previdência estão entre as principais preocupações dos agricultores familiares no Brasil. O tema está sendo debatido nas plenárias que acontecem em preparação ao 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares. Passo Fundo sediou a plenária regional nos dias 10 e 11. Além da previdência, as preocupações regionais incluem a desvalorização de produtos como o leite e o trigo.

Conforme o presidente Alberto Broch a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) reúne 27 federações e mais de 4,2 mil sindicatos de trabalhadores rurais em todo o Brasil. E a partir de 2017 está focada principalmente na representação da agricultura familiar. “Este congresso se realiza num momento de uma grande crise política econômica e moral de todas as espécies e os trabalhadores rurais são atingidos nesse processo”, pontua.

Previdência
Um dos temas centrais que está sendo debatido e que mais tem causado preocupação é a reforma da previdência. “Da forma como foi proposta por esse governo vai eliminar de 70 a 80% dos trabalhadores rurais. Além de aumentar a idade para 65 anos, vão mudar o sistema de contribuição e o produtor não tem salário, não recebe por mês e como ele vai pagar? Estamos nos articulando para um movimento nacional para impedir o máximo possível o retrocesso na previdência”, considera Broch.

O presidente destaca ainda que em muitos municípios brasileiros a apososentadoria rural é a maior fonte de renda mensal. Em alguns deles, chega a ser superior ao Fundo de Participação dos Municípios. “Isso significa que este benefício gira os mercados e as economias locais. Isso estimula as mulheres e os jovens a ficarem no campo”, complementa.

MDA
Outra grande luta é pela reativação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Broch argumenta que o fato do governo federal ter acabado com o Ministério cria o simbolismo de que a agricultura familiar não é a mais importante. “Segundo o IBGE produzimos em torno de 70% dos alimentos de todos os brasileiros e produzimos cerca de 35% das commodities do Brasil. Precisamos a volta do MDA para que possa coordenar as políticas públicas da agricultura familiar. Tememos a perda de Pronaf, de compras governamentais, de assistência técnica e o fato de desmontar no governo federal essa coordenação pode refletir nos estados”, justifica. Ele destaca que a Contag busca que a agricultura familiar possa ter política mais específica e adequada à sua realidade a fim de evitar, entre outros problemas, a intensificação da saída das famílias do campo.

Rio Grande do Sul
Nas plenárias realizadas no Estado, Broch destaca que além dos temas gerais, aparecem preocupações relacionadas à desvalorização de alguns produtos. Os principais são o trigo e o leite.

Congresso
Os três principais objetivos do Congresso da Contag, que acontece em março, são a avaliação da caminhada dos últimos quatro anos, as conquistas e dificuldades, a fim de discutir internamente o que deve ser adequado para lutar melhor a favor dos associados; propor as principais diretrizes que a Contag terá nos próximos anos, na organização interna e nas lutas; e o terceiro é a eleição da próxima direção.

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