Projeto itinerante ensina práticas agrícolas

Caminhão equipado, que chegou em Passo Fundo nesta quarta-feira (8), oferece treinamento a agricultores, engenheiros agrônomos e demais profissionais ligados a área

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O caminhão fica em Passo Fundo até hoje (9)
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O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a receber o projeto itinerante “Expedição da agricultura para a vida”. Depois de passar por Pelotas, o caminhão chegou ontem a Passo Fundo e permanece durante o dia de hoje oferecendo treinamentos para agricultores, engenheiros agrônomos, consultores e outros profissionais da área. Ao todo, deverão ser 20 municípios, com previsão de encerramento no segundo semestre do ano. Em cada um deles serão realizados entre quatro e seis treinamentos, dependendo do público e da demanda de cada região.

A ideia de levar conhecimento por diversos pontos do Brasil sobre um caminhão foi para conseguir trabalhar conceitos teóricos, mas com intervenções práticas, de acordo com a coordenadora do programa Boas Práticas Agrícolas da Dow AgroSciences Ana Cristina Pinheiro. “É uma forma de estabelecer uma troca de experiência com o público que está assistindo e também fixar melhor os conhecimentos. São pessoas que, além de participar do treinamento, podem multiplicar estas informações às demais pessoas e com isso a gente tem uma capilaridade maior dessas informações”, argumenta.

Para um dos professores que ministram as aulas, o doutor em agronomia pela Unesp, Ulisses Antuniassi, o Brasil é muito carente em serviços de extensão e o atrativo do projeto é poder levar a tecnologia para qualquer lugar do país. “A gente conta muito com o apoio do setor privado para levar o conhecimento para o campo. Projetos como esse têm a grande função de pegar pessoal técnico de universidade - que tem a base científica - juntar tudo em uma escola - no caso o caminhão - e é possível fazer uma aula teórico-prática direcionada às pessoas no local de trabalho delas”, afirma.

O projeto, segundo Ana Cristina Pinheiro, busca levar conhecimento técnico sobre três temas de relevância para a agricultura hoje no Brasil: manejo de plantas daninhas, manejo integrado de pragas e tecnologia de aplicação. Os treinamentos são ministrados pelos professores Ulisses Antuniassi (Unesp), Mauro Rizzardi (UPF) e Taciana Kuhn (ESALQ-USP).

Manejo de plantas daninhas

O treinamento que aborda o manejo de plantas daninhas tem enfoque nos relatos e casos de desistência e tolerância a diferentes espécies que são prejudiciais à agricultura. “Isso acaba ocasionando prejuízo para o agricultor porque causa perdas na produtividade. Então trabalhando o conceito de manejo de plantas daninhas de maneira integrada, você auxilia o produtor em diferentes práticas culturais para evitar que esse problema aconteça”, analisa a coordenadora. Ana explica que apenas o uso de um defensivo agrícola muitas vezes não é o suficiente, mas que aliado a práticas como coberturas vegetais e tratamento de sementes, a solução do problema terá mais êxito.

Tecnologia de aplicação

Com a ampla variedade de ferramentas disponíveis ao produtor para aplicação de produtos, vem também a dúvida sobre quais são as mais adequadas. Por exemplo, se o agricultor não souber qual ponta de pulverização correta utilizar para a aplicação de determinado produto e qual a sua regulagem específica, as consequências desse mau uso incluem perdas de produto e problemas para o meio ambiente. “Se ele usar bem a ferramenta, a aplicação vai se tornar mais sustentável, mais correta, com um melhor equilíbrio entre qualidade e segurança ambiental. Se der errado a aplicação, ele vai ter mais problemas pela falha do produto e pelo potencial de impacto”, explica Antuniassi.

Para facilitar o aprendizado, a empresa trouxe uma estrutura de tecnologias -simulador de deriva - que mostra na prática a diferença entre a aplicação correta sob determinada condição de pressão, em que é simulado diferentes condições de vento utilizando diferentes pontas de pulverização. “O agricultor pode ver in loco como é o efeito daquilo como se ele estivesse, realmente, aplicando no campo. Há também um analisador de gotas, que mostra o aspecto da gota que se forma de acordo com o tamanho da ponta de pulverização”, destaca Ana.


Manejo integrado de pragas

Nesta parte, o principal objetivo é fazer com que o agricultor conheça o campo. Identificar pragas que acometem a lavoura, saber como deve-se proceder e qual o melhor momento para intervir em determinada praga. “A gente trabalha com a identificação das pragas, quais são as principais pragas que se tem, em especial nas culturas de soja e milho, e quais medidas devem ser adotadas. Além de mecanismos para evitar que os insetos se tornem resistentes ao inseticidas”, salienta a coordenadora.

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