Mulheres vítimas de violência são retratadas em projeto

Projeto ?EURoeMulheres Guerreiras?EUR? reúne, por meio de exposição fotográfica no 3º andar do Bella Cittá Shopping, histórias de superação de mulheres vítimas de violência de gênero

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Exposição fica aberta para visitação até o dia 23 de marçoExposição fica aberta para visitação até o dia 23 de março
Exposição fica aberta para visitação até o dia 23 de março
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“O ‘bom dia’ de Paula naquela manhã de 6 de dezembro de 2012 não foi nada agradável. O ex-companheiro, usuário de drogas, arrombou a porta da casa e foi até o quarto onde Paula dormia. Foram quinze facadas. Paula, que não sabia o que estava acontecendo, gritou. Seus filhos assustados foram até o quarto, acenderam a luz e tentaram ajudar. O agressor, não satisfeito, passou então a dar socos na cabeça de Paula. Com os gritos das crianças, o agressor fugiu. Paula então ligou para a mãe e para a polícia. Deu tempo de chamar os dois, e ela perdeu a fala. Uma das facadas foi no pescoço...”. Este é apenas um dos depoimentos expostos juntos com fotografias de mulheres que já foram vítimas de violência de gênero, e que fazem parte do projeto Mulheres Guerreiras.

Casos que, infelizmente, não são incomuns. De acordo com a secretária adjunta de Segurança do Estado, Cláudia Crucius, a violência de gênero é uma criminalidade cuja subnotificação é muito grande. Estima-se que uma em cada quatro mulheres sofreu alguma espécie de violência doméstica, familiar ou sexual durante sua vida. “A face mais grave desses fatos é que são praticadas, no mais das vezes, por homens com quem as vítimas mantêm ou mantiveram alguma forma de relacionamento afetivo”, Cláudia complementa.

Realizado pela fotógrafa passo-fundense Michele Sautner e pela coordenadora do Projur Mulher, Josiane Petry Faria, o projeto tem a intenção de homenagear todas as mulheres que passaram por algum tipo de violência, pelo simples fatos de serem mulheres, e foram capazes de refazer suas vidas, mesmo com tantos traumas deixados. Paula, por exemplo, se recuperou e seguiu em frente, casando-se novamente quatro anos após o episódio de violência extrema. “Quero retratar essa guerreira, essa mulher incrível que passou por todo este processo de aprisionamento e estresse real e hoje está livre. Livre de amarras emocionais, livre de uma relação doentia e principalmente livre de agressões, sejam elas físicas, emocionais ou psicológicas”, conta a fotógrafa.

Daniele e Greice são outras duas mulheres que resolveram compartilhar com Michele episódios semelhantes, de abuso, pelo qual passaram. Uma maneira de, através de belas imagens e de uma estampa de superação, chamar a atenção para a conscientização da causa contra a violência de gênero em todos os sentidos e incentivar que as mulheres não se calem, que busquem ajuda. Outro ponto que une todas essas mulheres fotografadas para a exposição é que elas passaram, em algum momento, pelo Projur Mulher – um projeto de extensão da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF), que presta orientação e acompanhamento jurídico a mulheres e filhos em situação de vulnerabilidade.

A exposição “Mulheres Guerreiras – de Michele Sautner” – está aberta para visitação até o dia 23 de março, no 3° andar do Bella Cittá Shopping, no horário das 10h às 22h (de segunda a sábado) e das 11h às 22h (aos domingos).

Denuncie

Para denunciar qualquer tipo de violência de gênero, basta ligar anonimamente na Central de Denúncias, no número 180, ou ainda procurar o Projur Mulher, que fica na Avenida Brasil Oeste 743 no Campus III da Universidade de Passo Fundo. Também é possível ligar para o Projur pelo telefone (54)3316-8576.

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