“Obrigado. Um abraço reconhecido”. Com essas palavras, o Comandante Pizzatto encerrou um ciclo de 11 anos da Avianca em Passo Fundo. Sábado, o Airbus 318, prefixo PR-ONC, decolou às 14h40. Ao atingir 5.000ft de altitude, informou ao controlador Luiz Ferrari e a Avianca despediu-se dos céus de Passo Fundo. Enquanto a imagem do avião desaparecia no horizonte, brotavam lágrimas nos rostos da equipe de solo. O último voo da Avianca trouxe 85 passageiros e retornou a Guarulhos com 91. Desapontamento para incrédulos usuários, tristeza e até desemprego para os funcionários da empresa. O fim das operações foi motivado por falta de condições operacionais do Aeroporto Lauro Kourtz. O Airbus 318 está saindo da malha da empresa e a pista não comporta o modelo substituto, o Airbus 320.
Usuários lamentam
A ligação Passo Fundo – Guarulhos é antiga e passou pelas asas da Rio Sul, Varig e Avianca. Nunca teve baixa ocupação e era importante na ligação com outras regiões do país, além de uma porta para voos internacionais. Salomão Basso Rodrigues embarcou com mais quatro familiares com destino a Brasília. Ao saber do fim das operações, indagou “e agora?” Eles vieram de Espumoso e faziam essa viagem duas vezes por ano. “Bah, que ruim. Que baita perda”, disse Marcelo Haas, que fazia o trecho três vezes por mês. O empresário Pedro Brair, das Farmácias São João, despedia-se de um grupo de 12 pessoas. “Eles vêm todas as segundas e voltam aos sábados. São funcionários qualificados pela empresa alemã SAP”, explicou. O empresário disse que “o fim desse voo prejudica muito Passo Fundo”.
Funcionários choram
Passageiros a bordo e o emocional tomou conta do pátio. Os funcionários da Avianca e do aeroporto tiraram fotografias em frente ao Airbus ou da escada de acesso. Nem mesmo a administradora do Lauro Kourtz, Clarice Beffart, escapou das selfies. Mas o choro foi inevitável quando os funcionários voltaram ao balcão da empresa. Abraços e muitas lágrimas marcaram a despedida. Dos onze funcionários da base Passo Fundo, apenas quatro optaram por continuar na Avianca. Dois mecânicos e duas funcionárias da base operacional irão para Navegantes, onde a empresa passará a operar. Entre elas a gerente Adriana Rodrigues. Em meio àquele momento de muita tristeza, disse que “quando a gente ama o que faz isso é muito difícil”.
