Protesto deixa população sem ônibus

Diversas categorias de trabalhadores participaram ontem de manifestações contra a reforma da previdência que será votada pelo Congresso

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Representantes de diversas categorias de trabalhadores se uniram, ontem(15), ao movimento nacional contra as reformas trabalhistas e da Previdência Social. Ainda no início da manhã, cobradores e motoristas do transporte coletivo urbano optaram pela paralisação do serviço. O magistério municipal e estadual, servidores da Saúde estadual, Sindicato dos Bancários entre outros apoiadores realizaram atos em frente à Prefeitura, pela Avenida Brasil e junto à Praça do Teixeirinha, também na Avenida Brasil. Servidores do Judiciário também realizaram uma paralisação dos serviços.

A mobilização começou logo cedo, antes de os ônibus saírem para as ruas. Os trabalhadores realizaram uma assembleia, na qual decidiram por paralisar o transporte coletivo urbano. Apenas os ônibus da Transpasso circularam durante a manhã. Cobradores e motoristas foram às ruas em caminhada pela Avenida Brasil para alertar à população sobre a perda de direitos que podem decorrer das reformas trabalhistas e da Previdência Social. Eles seguiram até a Praça do Teixeirinha onde professores do magistério municipal estavam.

Na parte da tarde, a manifestação retornou as atividades na Praça do Teixeirinha e concentrou apoio de servidores dos Correios, do judiciário, polícia civil, entre outros. Às 14h os professores realizam uma aula pública, ocasião em que explanaram sobre os prejuízos da reforma da previdência aos trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb) realizou a segunda assembleia do dia e decidiu que os ônibus não voltariam a circular no turno vespertino.

Por volta das 16h, o grupo se dirigiu, pela Avenida Brasil, até a frente da garagem dos ônibus. Lá, protestaram e negociaram com as empresas para que o ponto não fosse cortado. A Coleurb aceitou o desconto de 50% do dia e no fim da tarde, os trabalhadores decidiram pelo fim da paralisação. Por volta das 18h, o transporte da Coleurb voltou ao normal.  Os ônibus da Codepas demoraram um pouco mais para sair, em função da negociação com a empresa, mas por volta de 18h30, após acertado o abono de 50% do dia, os trabalhadores retornaram às atividades.

As ruas do Centro, principalmente a Avenida Brasil, ficaram com o trânsito lento durante o decorrer dos protestos. A Guarda Municipal de Trânsito precisou orientar desvios e bloquear trechos para que as manifestações pudessem ocorrer.

Escolas

Também na manhã de ontem, de acordo com a 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ªCRE), em Passo Fundo apenas quatro escolas trabalharam normalmente nesta quarta-feira. Outras 10 trabalharam parcialmente e 21 ficaram totalmente paralisadas. Com outras quatro a CRE não conseguiu contato. De acordo com o Centro Municipal de Professores (CMP) mais de 60 escolas municipais cancelaram as aulas na manhã de ontem e cerca de 15 mil crianças e estudantes ficaram sem aula.

O 7° Núcleo do Cpers estava chamando os professores para adesão à greve por tempo indeterminado, a partir desta quinta-feira (16). O coordenador da 7ªCRE, Santos Olavo Misturini, informou que há o indicativo de greve em algumas escolas. Se ocorrer a paralisação, deverá ser de 3 dias.

Aula pública

Um dos professores que ministrou o aulão, o docente da UPF Telmo Marcon, frisou a importância de levar informações sobre a reforma do ensino médio para todos os trabalhadores.Ele frisou que há outras medidas do governo Michel Temer que desagradam a categoria, como, por exemplo, a reforma do ensino médio. “A concepção de educação que eles têm não nos serve”, avaliou. O educador Valdevir Both, do Ifibe, apresentou aos protestantes alguns números sobre a Previdência Social. De acordo com ele, de 2003 a 2014, o sistema previdenciário representou 6% do PIB, enquanto em 2015 representou 7,4%. O professor questionou a dívida que grandes empresas têm com o fundo de aposentadoria.

De acordo com levantamento feito pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, neste ano, os devedores da Previdência Social acumulam uma dívida de R$ 426,07 bilhões, quase três vezes o atual déficit do setor, que foi cerca de R$ 149,7 bilhões no ano passado. Na lista, que tem mais de 500 nomes, aparecem empresas públicas, privadas, fundações, governos estaduais e prefeituras que devem ao Regime Geral da Previdência Social. 

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