LAURO KORTZ: Deputados supõem possibilidade de privatização

Entendimento veio a partir da manifestação do secretário Pedro Westphalen, durante uma audiência, quando falou da transferência da responsabilidade do aeroporto, da União para o Estado

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Um aceno sobre a privatização do Aeroporto Lauro Kortz foi dado na reunião entre o secretário Pedro Westphalen e lideranças políticas, na tarde de ontem (29). Pelo menos é o que dizem os deputados Juliano Roso (PCdoB) e Gilberto Capoani (PMDB). Segundo eles, a possibilidade existe e poderá ser concretizada em breve. Conforme apontou Roso, como o terminal de Passo Fundo foi o único contemplado no Estado pelo recurso do Fundo de Aviação e Recuperação de Aeroportos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do Governo Federal, a Secretaria de Transportes teria observado sobre a intenção de realizar um Regime Diferenciado de Contratação. A medida serve para transferir o processo de licitação da União para o Estado e, assim, torná-la mais rápida. Desta forma, é possível que, após a licitação e a realização da obra, o aeroporto possa ser concedido à iniciativa privada.

 

 Em nota divulgada pela assessoria de comunicação do deputado Juliano Rosso, o secretário não chegou a detalhar sobre o projeto “apesar de falar por cerca de 20 minutos sobre o tema”. A intenção, como consta, seria concluir o repasse para alguma empresa privada até dezembro. “O secretário deve ter mais detalhes do assunto na sexta-feira. Westphalen chega a Passo Fundo na noite desta quinta-feira (30) para prestigiar a Logistech”, diz a nota.

 

“Fazendo isso, passaríamos a pertencer à Infraero Estadual. Isso daria a possibilidade de terceirizar a operacionalização do Aeroporto”, frisou o deputado Capoani. Tanto ele quanto Rosso acreditam que a mudança seria benéfica à comunidade. “Tudo que está na mão do poder público é burocrático, demorado e não funciona corretamente. Tudo que puder ser operacionalizado privativamente, melhora”, declarou Capoani. Já Rosso afirmou que acompanhará o processo e, junto do vereador Paulo Neckle (PMDB), que também estava na reunião, analisará se a questão é vantajosa, ou não. “Quando um aeroporto sofre uma concessão, é sinal que ele tem uma perspectiva de futuro e deve sofrer melhorias, então na minha visão é, sim, um passo positivo”, afirmou ele.

 

O que diz o Governo do Estado

O secretário Pedro Westphalen afirmou através de sua assessoria de comunicação que não existe qualquer preconceito com privatizações, mas que “não existe nada sobre a privatização do aeroporto Lauro Kortz”. De acordo com o divulgado, na reunião da tarde de ontem foram discutidas apenas melhorias no terminal. Em nota, a secretaria frisou que R$ 67,3 mil estão previstos para ampliação da estrutura em 2017 e que, no total, mais de R$ 665,5 mil já foram investidos na unidade.

 

As características do Aeroporto Lauro Kourtz

 

Luiz Carlos Schneider/ON

[email protected]

 

 

Construído em área junto à Fazenda da Brigada Militar, no início dos anos 1960, substituiu o antigo Aeródromo de São Miguel (atual área do Aeroclube de Passo Fundo). Inicialmente, recebeu os voos da Varig e Savag, que operavam com os aviões Douglas DC-3 até 1969. Após um período sem voos regulares, integrou a malha regional em meados dos anos 1970 com a Rio-Sul, subsidiária da Varig, recebendo aviões Bandeirante e depois Brasília, ERJ-145 e Boeing 737-500 na ligação com São Paulo (Guarulhos) e Porto Alegre. O voo para Guarulhos foi assumido pela Avianca, que operou regularmente até 11 de março. Atualmente a única empresa que opera no aeroporto de Passo Fundo é a Azul, com dois voos diários para Campinas e três semanais para Porto Alegre.

 

 

Estrutura operacional

A pista do aeroporto é de asfalto, tem as cabeceiras 08/26 com 1.700 metros de comprimento por 30 de largura. Conta com balizamento noturno e tem PCN (capacidade de impacto) categoria 29, serviço de rádio, abastecimento (Avgas/Jet), VOR, AVASIS, procedimentos RNAV, farol rotativo e unidade de bombeiros. O parque de estacionamento de aeronaves tem capacidade limitada para uma unidade comercial de porte médio.

 

 

Estação

A estação de passageiros é considerada pequena para a demanda. Conta com salas de embarque e desembarque, além de módulo de inspeção de segurança. Não há serviço de garagem controlado, apenas um espaço limitado para estacionamento ao ar livre.

 

Gostou? Compartilhe