Ovos de chocolate gourmet ganham espaço no mercado

Enquanto entidades ligada ao varejo estimam queda de mais de 10% nas vendas de ovos de chocolate industrializados, os artesanais fazem sucesso nas redes sociais

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A procura pelos ovos de chocolate artesanais aumentou 400% no negócio de Carla FurlanettoA procura pelos ovos de chocolate artesanais aumentou 400% no negócio de Carla Furlanetto
A procura pelos ovos de chocolate artesanais aumentou 400% no negócio de Carla Furlanetto
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A queda na venda de ovos de chocolate industrializados nos últimos anos, impulsionado principalmente pelos altos preços em um cenário econômico nem tão positivo, vem abrindo espaço para um outro nicho de mercado: os ovos de colher. Eles são feitos de maneira artesanal e muitas vezes contam com um toque gourmet. Diferente dos tradicionais, que possuem dois lados, este possuem só um e são recheados. 

Quando a confeiteira Carla Furlanetto abriu seu próprio negócio, há quatro anos, os ovos artesanais de chocolate não eram tão populares. No primeiro ano, ela relembra que vendeu cerca de 50 encomendas. De 2013 para cá, a procura pelo produto aumentou 400% para a microempreendedora. “Cada ano mais pessoas procuram os ovos de colher”, enfatiza. Mas a Carlota Pâtisserie, empreendimento de Carla, não iniciou com foco nos ovos de chocolate. “Eu comecei fazendo doces para minha família e eles me incentivaram a abrir um negócio. Eu era professora de pilates e larguei o emprego para me dedicar”, conta Carla. Com atenção exclusiva aos doces, ela passou seis meses em Curitiba fazendo curso de especialização na área.

Isabel Czamanski está no negócio a menos tempo. Este é o primeiro ano em que produz ovos artesanais de chocolate. A brigaderia iniciou as atividades em janeiro deste ano. Antes, Isabel era artesã. Como não estava obtendo muito retorno financeiro com o trabalho, acrescido ao desemprego do marido, ela precisou encontrar uma maneira de conseguir renda e ajudar nas despesas. “Foi então que resolvi mudar para os brigadeiros artesanais, já que os doces são minha verdadeira paixão”, explica. Sua divulgação é pela página no Facebook, que funciona como loja virtual. Em praticamente duas semanas de divulgação nas redes sociais, Isabel já tinha 10 encomendas. “Mas o que mais está saindo aqui ainda são os brigadeiros”, diz. 

Preço e qualidade

Para Isabel, o preço dos industrializados não compensa. “Notei essa mudança no ano passado. Acho que com o grande aumento dos preços dos industrializados, a tendência é aumentar a procura pelos artesanais. Também tem a questão da qualidade, os ovos com recheios cremosos e frescos são muito mais gostosos que os de mercado”, aponta. Carla também tem essa preocupação com a qualidade do produto que será entregue ao cliente. Ela só utiliza chocolate belga, que possuí um índice mais alto de cacau na composição. “Muitas pessoas não sabem, mas há muitas diferenças entre o nosso chocolate e o de lá. Eles têm uma legislação mais exigente quanto aos níveis de massa de cacau para composição do chocolate. Além disso, todos os ingredientes que utilizo são de primeira linha”, esclarece.

Outra diferença do chocolate artesanal é que não são inseridos conservantes. “Se eu faço um mousse, ele vai durar três dias. Imagina a quantidade de conservantes que são adicionados nos produtos que foram fabricados a meses atrás para serem vendidos nesta Páscoa? Por isso, sempre combino com meus clientes um dia de entrega e faço o ovo um dia antes”, informa Carla.

Assim como os ovos industrializados, os artesanais também variam seu preço na casa dos R$50 em média. As confeiteiras enfatizam que o preço é reajustado de acordo com os gastos. Com mais recheio e chocolates importados, o dólar acaba interferindo no valor final.

Nos supermercados

O levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), aponta que apenas 12,1% dos empresários do setor estão otimistas em relação à data, e projetam números superiores aos registrados em 2016. No entanto, 39,4% dos empresários acreditam que os resultados de 2017 serão inferiores aos apresentados no ano anterior. As encomendas dos supermercados apontam para uma redução nominal de -4,9% nas vendas da Páscoa 2017.

 

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