A Sociedade de Auxílio à Maternidade e à Infância (Sami) há 75 anos presta atendimentos a crianças e jovens que foram vítimas de violência física e sexual. O esforço coletivo desde a criação da entidade, até hoje, também depende do apoio da comunidade para manter as atividades. Mensalmente são atendidos, em média, 25 novos casos de violação de direitos de crianças e adolescentes.
Atualmente a Sami tem atendimento focado no Centro de Estudos e Proteção à Infância e Adolescência (Cepia), com as crianças e adolescentes vítimas de violações de direito, com ênfase na violência sexual. Nos últimos anos a média mensal de atendimentos, em função dos encaminhamentos ocorridos, é superior a 25 novos casos. No entanto, como um caso raramente é encerrado dentro do mês de encaminhamento, os atendimentos sempre superaram os 40 casos mensais. Além disso, dos casos encaminhados para o Cepia para avaliação, a média de confirmação da violência sofrida é superior a 40%.
Os casos atendidos são prioritariamente de suspeita de violência sexual, com predominância da violência intrafamiliar. A violência sexual é uma violação de direitos que atinge todas as classes sociais, não escolhendo condição financeira, opção religiosa, ou outros fatores.
Existe esperança
As crianças e adolescentes que frequentam o Cepia recebem apoio para romper com o ciclo da violência onde estavam inseridas, a reconquista a autoestima, conseguem retornar à escola e à vida comunitária. “Isso ocorre com muita frequência no desenvolver de atividades nas oficinas oferecidas, seja de orientação sexual, teatro, música, dança, artesanato, entre outras. Muitas famílias recebem a orientação e encaminhamentos à reestruturação da vida familiar”, explica Laura Bordignon, presidente da Sami.
Como procurar a Sami e o Cepia
Toda a pessoa que tiver informação sobre violência sexual praticada contra criança ou adolescente pode procurar a Sami, na Rua Morom 2500, ou pelo telefone 54 3314-8994. A denúncia recebida é repassada aos órgãos responsáveis (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Conselho Tutelar, juizado ou Ministério Público). Os casos também são encaminhados para avaliação junto ao Cepia.Da mesma forma, a criança ou o adolescente que estiver precisando de auxílio pode procurar a Sami e o Cepia que serão dados os encaminhamentos necessários para ajudá-los a superar os traumas.
Apoio da comunidade
Para a realização de seu trabalho, a Sami conta e precisa cada vez mais do apoio e parceria da comunidade – pessoas físicas e jurídicas - que auxiliem e apoiem as ações em benefício da infância e da juventude vítima de ofensa sexual, psicológica e negligência em sua maioria por aqueles que deveriam ser seus mais fiéis cuidadores. Além disso, para sua subsistência, a Sami realiza atividades e eventos que visam arrecadar recursos, como brechós, venda de artesanatos confeccionados por voluntárias, e recebe doações em sua sede na Rua Morom 2500, telefone 54 3312-2909 ou em depósitos nas contas bancárias da entidade.
Reformulação e objetivos
A partir de 2005 a Sami estendeu a atuação comunitária e o foco principal de trabalho, reformulou estatutos e criou um departamento especializado para o estudo, a divulgação, a prevenção, a proteção e o atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso e exploração sexual e suas famílias, o Cepia.
Atualmente são os objetivos primordiais da Sami: a manutenção de departamento especializado para estudo, divulgação, prevenção, proteção e atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência, abuso e exploração sexual e suas famílias; a prestação de atendimento, orientação e apoio sócio assistencial às famílias vinculadas à associação; o desenvolvimento da cidadania através de serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, dirigidos às crianças e adolescentes na faixa etária de seis até dezoito anos incompletos; a proteção a maternidade e infância em situação de vulnerabilidade social no âmbito municipal, prestando assistência social por ocasião do nascimento e atendendo suas famílias.
Serviços
A Sami desenvolve, por meio do Cepia, o acolhimento e avaliação de crianças e adolescentes com suspeita de ofensa sexual e outras violações de direto; atendimento psicológico das vítimas com violência confirmada; realização de palestras de orientação e prevenção da violência; serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, no contra turno escolar, como forma de incentivar o retorno à escola e auxiliando a reinserção no meio familiar, escolar e comunitário e ainda, atuando como prevenção da reincidência da violência; oferece oficinas de informática, teatro, música, dança, arteterapia, orientação sexual, reforço escolar, embelezamento, além de desenvolver o Programa de Cuidadores e Famílias, que busca a qualificação técnica e humana da equipe da Sami e de outras entidades da comunidade que trabalhem com o mesmo tipo de usuário, abordando temas sugeridos.
Outras ações
A Sami também mantém uma escola de educação infantil, com o apoio da Prefeitura de Passo Fundo, que atende 120 e 140 crianças. Conta ainda com um grupo de voluntárias que se reúne semanalmente para a confecção de enxovais para nascituros que são entregues como benefícios assistenciais eventuais nas maternidades dos hospitais da cidade, para o conserto e reformas de roupas recebidas em doação para uso na Casa e para repasse as famílias de carência extrema ou entregues a outras entidades dedicadas ao público adulto.
Sinais de violência
Entre as formas de se ajudar na identificação da ocorrência de situações de violência contra crianças e adolescentes, está a manutenção do diálogo com os filhos e alunos, na observação da alteração de comportamentos em casa e na escola, e na dúvida, na procura de auxílio de alguém que possa orientar e esclarecer. O Cepia está aberto à comunidade para auxiliar e atender os casos que lhe forem encaminhados.