Greve geral promete paralisar o país

Em Passo Fundo, diversas categorias prometeram aderir à greve nesta sexta-feira (28), que terá como ponto de encontro a Praça do Teixeirinha

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O movimento de greve generalizada, inicialmente convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), parece ganhar cada vez mais força. Com a promessa de paralisar todo o país nesta sexta-feira (28) e manifestar contra a terceirização, a reforma trabalhista e a reforma da Previdência – propostas pelo governo do presidente Michel Temer –, comitês organizadores da greve preveem que esta fique marcada como uma das maiores paralisações da história recente do Brasil. Sindicatos e movimentos sociais têm se organizado em assembleias para que o maior número de categorias possível decida pela adesão à paralisação em Passo Fundo.

No município, o ponto de encontro inicial para trabalhadores, estudantes e população em geral, é a Praça do Teixeirinha. A greve deve ter início às 8h30min e se estender até o final da tarde. Por enquanto, as atividades programadas são: do início da manhã até às 10h30min, entidades devem manifestar-se na praça; depois disso, uma caminhada leva o ato até a Esquina Democrática (esquina entre a Avenida Brasil esquina e a Rua Bento Gonçalves), o que deve impedir a circulação de veículos na via. Por volta das 14h, a manifestação retorna à Praça do Teixeirinha, onde, logo em seguida, uma aula pública com teor pedagógico e didático será ministrada, esclarecendo as consequências da terceirização e as mudanças propostas pelas reformas.

Confira algumas das principais categorias que devem participar da greve geral:

Educação

Na tarde de ontem, o 7º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) realizou uma plenária do Sindicato para debater a greve geral. De acordo com o diretor do Sindicato, Orlando Marcelino, a adesão das escolas deve ser total. “Quase 100% das escolas confirmaram a participação, falta apenas que algumas confirmem em qual turno irão paralisar”. Ele comenta também que a adesão à greve é uma decisão de toda a categoria e, por isso, o CPERS indica que as escolas permaneçam fechadas, até por uma questão de segurança. “É possível que a Polícia Civil junte-se a nós na manifestação, como ocorreu em outras greves, portanto é mais seguro que as escolas estejam fechadas”.

De acordo com um dos dirigentes do Sindicato do Centro Municipal de Professores (CMP), Eduardo Albuquerque, o CMP também realizou assembleia convocando as escolas para a greve geral. “Entre as escolas de Educação Infantil e Fundamental, 40 de 68 instituições já confirmaram a participação. Outras escolas devem decidir até amanhã. A nossa expectativa é que 90% das escolas do município paralisem o dia todo”.

O coordenador da 7ª Coordenadoria de Educação (CRE), Santos Olavo Misturini, esclareceu que as escolas têm autonomia para decidir se aderem ou não às greves e não cabe ao Estado impedir que os educadores exerçam seu direito de manifestação. O posicionamento da CRE é semelhante ao do Sindicato do Ensino Privado (SINEPE) que, em nota, orientou que as instituições de ensino avaliem as condições de sua localidade para decidir sobre o funcionamento ou não na sexta-feira, salientando o compromisso com o cumprimento do calendário escolar e dos dias letivos.

Quanto ao ensino superior, a maioria das instituições deve funcionar normalmente, exceto a Universidade de Passo Fundo (UPF). Embora a reitoria da universidade tenha divulgado em nota que as atividades da instituição serão realizadas normalmente, o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS), informou que os professores da UPF decidiram, em Assembleia, pela participação na greve geral. Atos de apoio à greve devem ocorrer o dia todo na universidade.

Em caso de dúvida, a orientação é para que alunos ou seus responsáveis liguem para a instituição desejada e confirme se esta irá abrir.

Comércio

De acordo com o presidente do Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo e Região (SEC-PF), Tarciel Silva, a cada dia crescem o número de lojas que vão aderir à greve geral, mantendo suas portas fechadas durante toda a sexta-feira. Com opinião contrária, a Fecomércio-RS declarou que a greve geral não tem o apoio do comércio de bens, serviços e turismo. Em nota, a entidade orienta a todos os sindicatos empresariais de sua base a abertura dos estabelecimentos, pois entende “que as Reformas Previdenciária e Trabalhista, mesmo não sendo as ideais, representam avanços ao desenvolvimento do país e manutenção dos empregos”. A Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) também orienta o comércio de todo RS a funcionar normalmente nesta sexta-feira (28), mesmo com a ameaça de greve geral no país.

Agências bancárias

De acordo com o presidente do Sindicato de Bancários de Passo Fundo e Região, Dário Delavy, praticamente todas as agências bancárias do centro deverão estar fechadas na sexta-feira, além de outras agências e departamentos localizados em outros bairros do município.

Transportes

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), Miguel Valdir dos Santos Silva, disse que a categoria está dividida quanto à adesão ou não à greve geral. Uma nova assembleia deve ser realizada entre quinta e sexta-feira, com funcionários das empresas Coleurb, Codepas e Transpasso. “Se constatado que haverá segurança suficiente para trabalhar, provavelmente os ônibus circularão normalmente”.

Servidores Municipais

O Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso) manifestou apoio à paralisação e convocou os servidores do município. O presidente da entidade, Everson da Luz, estima que 50% do quadro geral de servidores participe da greve.

Daer

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) divulgou a seguinte nota:

“O secretário dos Transportes, Pedro Westphalen, e o diretor-geral do Daer, Rogério Uberti, acompanham, desde os primeiros momentos desta quarta-feira (26), todos os fatos relacionados ao transporte intermunicipal de passageiros e informam que o serviço irá funcionar normalmente na próxima sexta-feira (28), preservando o direito dos usuários de viajar através do Sistema Estadual de Transporte Intermunicipal. A Ordem de Serviço 005/2017, da Diretoria de Transportes Rodoviários do departamento, já foi revogada, tornando sem efeito a suspensão da circulação de ônibus na data previamente estabelecida.”

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