O mês de maio é conhecido como o mês de prevenção do câncer de pele e do melanoma. Em 2017, o Brasil deve completar o ano com aproximadamente 180 mil novos casos de câncer de pele, considerado o tumor de maior incidência no país, pois corresponde a cerca de 1/3 dos casos de câncer, sendo que destes, cerca de 10% devem ocorrer no Rio Grande do Sul. Os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que no Brasil, o Rio Grande do Sul ocupa o 1º lugar nos casos de câncer de pele do tipo melanoma. Conforme o oncologista do Instituto do Câncer Hospital São Vicente, Dr. Rodrigo Ughini Villaroel,que atua na área de melanoma, as células da pele se dispõem em camadas, e dependendo da cama afetada, teremos os diferentes tipos de câncer: “o carcinoma basocelular, que é o mais comum, representando 70% dos casos,, o carcinoma epidermóide e o melanoma, que apesar de ser o menos frequente é o mais perigoso”.
Villarroel explica que a doença é causada principalmente pelos raios ultravioleta presentes no sol e nas cabines de bronzeamento artificial. Esses raios penetram na pele e provocam o crescimento desordenado e anormal das células. “O dano causado pelo sol é cumulativo, ou seja, as pessoas que trabalham diariamente sob o sol, como os agricultores, têm naturalmente um risco muito maior de desenvolver câncer de pele ao longo da vida. Este tipo de câncer também atinge principalmente as pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos e olhos claros, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade”, orienta o especialista, pontuando que cerca de 90% das lesões se localizam nas áreas da pele que ficam expostas ao sol.
O tratamento do câncer de pele é cirúrgico na maioria das vezes. Segundo o especialista quanto antes a lesão for retirada, maior a chance de curar a doença e de evitar a disseminação de células cancerosas para outros órgãos (metástases). “As metástases são muito incomuns nos tipos de câncer chamados basocelular e epidermóide. O tumor de pele mais agressivo é o melanoma, que pode produzir metástases precocemente, se não diagnosticado a tempo”, enaltece Villarroel completando que, em fases mais avançadas da doença pode-se utilizar tanto a quimioterapia como a radioterapia, dependendo de cada caso.
É importante ressaltar que é possível evitar o câncer. Por isso, Villarroel repassa algumas dicas importantes, sendo que, a principal é evitar sempre a exposição ao sol sem proteção! "Para quem trabalha ao ar livre é preciso incentivar o uso de chapéus preferencialmente de abas largas, camisas de manga longa e calça comprida, procurar lugares com sombra sempre que possível e evitar trabalhar nas horas mais quentes do dia. Já para quem vai ao sol nas horas de lazer é fundamental evitar a exposição das 10 às 16h, horários em que os raios ultravioleta são mais intensos, usar sempre proteção adequada como bonés, chapéus, guarda-sol ou barraca (de algodão ou lona), óculos escuros e filtros solares com fator mínimo de proteção 15, que deve ser reaplicado a cada 2 horas”.
Fique atento aos sinais
Uma dica valiosa para o diagnóstico do câncer de pele é o autoexame. É preciso estar atento a alguns sinais que podem indicar um possível câncer de pele. “Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho e uma mancha ou feridas que não cicatrizam, que continuam a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramentos, devem ser avaliadas por um médico especialista”, alerta Villarroel, reforçando que o câncer de pele tem cura quando diagnosticado e tratado precocemente.