Em contrapartida ao crescimento registrado no mês de março, a geração de emprego de abril despencou em Passo Fundo. A diferença no número de contratações sobre o de demissões saiu da marca de 836 postos de trabalho para -210 vagas. Além do município, o Rio Grande do Sul também fechou o mês no negativo, com saldo de mais de 3 mil vagas perdidas. Essa oscilação passo-fundense é antagônica à melhora no nível de emprego formal divulgado pelo governo para as regiões sul, sudeste e centro-oeste. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (16) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O setor de serviços, que foi protagonista da geração de emprego no município como o que mais contratou nos três primeiros meses do ano, passou a ser o vilão das demissões em abril. O saldo do mês passado foi de -310 postos de trabalho no setor, com 842 contratações e mais de mil desligamentos. Além dos serviços, a indústria da transformação (-13) e os serviços de utilidade pública (-1) também perderam vagas. Do outro lado, quem aliviou o saldo vermelho do mês foi o comércio (65 vagas de saldo), a agropecuária (28 vagas) e a construção civil (21 vagas).
Saldo nacional positivo
Entre demissões e contratações, o Brasil registrou um saldo positivo de 59.856 vagas de emprego formal durante o mês passado. É o primeiro resultado positivo para um mês de abril nos últimos três anos. Com isso, o total de postos de trabalho aumentou 0,16% em comparação com março deste ano, passando de 38,256 milhões de vagas para 38,319 milhões. Esse total de vagas oferecidas, ou estoque, é o mais baixo registrado desde abril de 2012 quando, após nove anos de crescimento, o estoque atingiu 30,062 milhões de vagas formais.
Sete dos oito setores de atividade econômica apresentaram crescimento no nível de emprego. Os destaques foram serviços (+24.712 postos ou variação relativa de +0,15%), agricultura (+14.648 postos ou +0,95%), indústria de transformação (+13.689 postos ou +0,19%) e comércio (+5.327 postos ou +0,06%). A construção civil, mesmo apresentando saldos negativos (-1.760 postos ou -0,08%), teve desempenho bem melhor do que o de abril do ano anterior (-16.036 postos).
No setor de serviços, a expansão de abril foi de 24.712, o que representou uma reversão da tendência verificada em abril de 2016, quando o saldo foi negativo (-9.937). O crescimento na agricultura em abril de 2017 (+14.648) seguiu a tendência de maior crescimento quando comparada ao mesmo mês do ano anterior (+8.051). Na indústria de transformação, também houve expansão de vagas (+13.689). No mesmo mês do ano passado, houve retração (-15.982).
O setor do comércio (+5.327) teve desempenho muito superior ao de abril de 2016 (-30.507). A expansão ocorreu no segmento Varejista (+6.588 postos). O setor atacadista teve saldo negativo (-1.261 postos), concentrado no segmento do comércio atacadista de soja (-1.238 postos) e comércio de animais civos, alimentos para animais e matérias-primas agrícolas, exceto café e soja (-1.084 postos).
Regiões
No recorte geográfico, três regiões apresentaram crescimento do nível de emprego em abril: sudeste (+46.039 postos em abril de 2017 contra -23.985 em abril de 2016; centro-oeste (+10.538 postos em abril de 2017 +4.186 em abril de 2016) e sul (+5.537 postos em abril de 2017 contra -11.318 em abril de 2016. Em contrapartida, as regiões norte e nordeste apresentaram retrações (-1.139 postos em abril de 2017 contra -5.735 em abril de 2016 e -1.119 em abril de 2017 contra -25.992 em abril de 2016, respectivamente). Entre as 27 unidades da federação, destacaram-se com resultados positivos São Paulo (+30.227 postos), Minas Gerais (+14.818 postos), Bahia (+7.192 postos), Goiás (+7.170 postos), Paraná (+6.742 postos). Já os estados com piores saldos em abril foram Alagoas (-4.008 vagas); Rio Grande do Sul (-3.044); Rio de Janeiro (-2.554); Pará (-1.297) e Pernambuco (-1.169).