Seminário reflete sobre combate à exploração sexual infantil

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Evento permitiu conhecer como ocorre fluxo de atendimento dentro do sistema públicoEvento permitiu conhecer como ocorre fluxo de atendimento dentro do sistema público
Evento permitiu conhecer como ocorre fluxo de atendimento dentro do sistema público
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Um momento para parar, pensar e refletir. Esse foi o mote do seminário realizado nesta quinta-feira, dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, promovido pela Prefeitura de Passo Fundo, através da Coordenadoria de Proteção Social Especial. O evento, que teve como objetivo promover a formação continuada dos profissionais que atuam direta e indiretamente com os usuários do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), reuniu dezenas de pessoas no Auditório da FEAC, na Universidade de Passo Fundo (UPF).

Lembrando o caso da menina Araceli, de apenas oito anos, que foi sequestrada, drogada, espancada e estuprada no ano 1973, caso que até hoje, 44 anos depois, ainda está impune, os debates giraram em torno de oportunizar a reflexão sobre os direitos de crianças e adolescentes e compreender o fluxo de atendimento, acompanhamento e articulação da rede pública na prevenção e intervenção às situações que demandam atendimento do serviço de assistência social do município.

“Tendo em mente essa história trágica da menina Araceli, que é o retrato de outras situações que acabamos vivenciando, queremos trazer ao debate esse tema e refletir sobre o combate a esse tipo de casos”, explica a secretária-adjunta de Cidadania e Assistência Social e coordenadora de Proteção Social Especial, Elenir Chapuis. Ela destacou ainda a importância da realização de um trabalho integrado de atenção a estes cidadãos. O seminário também fez parte do 7º Fórum de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, promovido pela UPF.

Caso Araceli

Em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime chocou todo o país e ficou conhecido como o "Caso Araceli". Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade, poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos. Os acusados eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Eles lideravam um grupo que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

Apesar da ampla cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Por isso, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

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