Passo Fundo está em 12º lugar no ranking de municípios com maior número de acidentes com morte de motociclistas e caronas do RS. De acordo com levantamento do Detran, foram registrados 73 vítimas fatais de 2010 a 2016 em Passo Fundo, o que corresponde a 1,8% do total do RS. Em todo estado, foram mais de 4,1 mil ocorrências com morte no mesmo período. Os índices mostram que a grande maioria dos acidentes (63,6%) foi provocada por colisões traseiras, dianteiras ou laterais. Além disso, a maior incidência se dá nos finais de semana: sábados (22,4%), domingos (17,6%) e sextas-feiras (14%) são os dias com maior volume de acidentes registrados.
Ainda de acordo com o Detran, de 2010 até 2016, em Passo Fundo as avenidas principais foram as que tiveram o maior número de acidentes. A Avenida Brasil fica em primeiro lugar, seguida da RS 153 e da Avenida Presidente Vargas. A BR 285 e a RS 324 ficam empatadas com 6,8% das ocorrências cada. Estes dados podem ser explicados pela rotatividade intensa e diária de veículos na via. “Quem tem uma moto, é porque a usa diariamente. A maioria é de pequeno porte e utilizadas para ir ao trabalho, à universidade. É uma circulação diária e crescente. Como estas são vias coletoras [destinadas a coletar e distribuir o trânsito dentro das regiões da cidade, de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito], ali estão os maiores índices pois é um eixo de ligação que vai de encontro a rotina da população”, destacou Ruberson. O mesmo acontece com a RS 153. “Temos bairros muito populosos nesta região, que utilizam a via para entrar no perímetro urbano da cidade”, completa ele.
O total de acidentes de Passo Fundo, no entanto, pode ser comparado com a atual frota de motos na cidade. Há 10 anos, por exemplo, a cidade contava com uma frota de pouco mais de 11 mil motos. Hoje são quase 20 mil. “Os acidentes de moto são frequentes, mas a sua proporção tem se mantido a mesma. Temos que levar em consideração o aumento da frota de motocicletas na cidade: o número de acidentes se manteve parecido com o de outros anos, mas o número de motociclistas aumentou muito. É fácil perceber só observando o volume de motos estacionadas na região central”, analisou o secretário adjunto da secretaria de segurança pública do município, Ruberson Stieven. A frota de motocicletas já passa dos 17% do total de veículos no RS.
Controle da situação
“Nosso patamar podia ser melhor, mas as estatísticas estão consideravelmente controladas. Sabemos que o risco com motocicletas é sempre maior e a possibilidade de se acidentar é sempre muito grande”, destacou Ruberson. Depois de Porto Alegre, Pelotas é a cidade com maior registro de acidentes com morte de motociclistas: foram 210 de 2010 a 2016. O município de Caxias do Sul e Rio Grande são os próximos com 116 e 110, respectivamente.
Uma maneira de tentar controlar situações do gênero é buscar por métodos de direção defensiva, como explica Ruberson. Ele cita uma estatística do Detran, que mostra que 95% dos acidentes seriam evitados com este método, que utiliza procedimentos para tentar prevenir ou minimizar consequências dos acidentes do trânsito.
De 2010 a 2016, foram registrados 4.168 acidentes fatais envolvendo motociclistas em todo estado. O valor corresponde a 34% do total de acidentes com morte no período (12.279). Os dez municípios com maior número de acidentes com motociclistas coincidem com as maiores frotas e concentram 33% do total do Estado. Porto Alegre, Pelotas, Caxias, Rio Grande, Canoas, Santa Maria, Novo Hamburgo, Gravataí, Viamão e São Leopoldo registraram 1.369 acidentes com motos. Os finais de semana concentraram 40% dos acidentes, sendo que nas sextas-feiras já se verifica um aumento em relação aos demais dias da semana. O maior número de acidentes envolvendo motocicletas aconteceram à noite. Nas madrugadas de sábados e domingos houve um incremento de 70% em relação às demais madrugadas. A partir destas informações, um grupo de trabalho se dividirá em três novos subgrupos a fim de estudar ações de enfrentamento destes problemas. Serão trabalhadas questões, como a formação do condutor, relações trabalhistas, acidentalidade e sensibilização do público.
A frota de Passo Fundo
Tipo de veículo |
2007 |
2017 |
Automóvel |
45.521 |
76.575 |
Motocicleta |
11.283 |
19.494 |
Caminhão |
3.459 |
4.922 |
Ônibus |
431 |
655 |
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