O mês de maio chega ao fim como um dos mais chuvosos da história do Rio Grande do Sul. Enquanto a média histórica indicava que o mês teria cerca de 115mm de chuva, o volume confirmado foi muito maior: 372mm em 31 dias, 225% acima da média esperada. Este é o segundo maior volume de chuva registrado nos últimos 37 anos.
De acordo com o observador meteorológico da Embrapa Trigo/Inmet, Ivegndonei Sampaio, somente nos cinco primeiros meses de 2017, o volume de chuva acumulado já chega a 1244mm. Isto equivale a 69% da média aguardada para o ano todo. “Outro fato que marcou bastante foi que janeiro, março, abril e maio terminaram com chuva bem acima da média”, comenta. Depois de um volume tão significativo, a frente fria finalmente começou a perder força nessa quinta-feira (1) e a chuva deve retornar somente entre domingo e segunda-feira.
A notícia da trégua representa um alívio momentâneo às famílias gaúchas atingidas pelo aguaceiro. Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil, ao todo, 60 cidades registraram transtornos – destas, 28 já têm situação de emergência reconhecida. Os principais motivos se relacionam a estragos deixados pela ventania e ao alagamento pela cheia dos rios, especialmente a do Rio Uruguai. Dos municípios em situação de emergência, Casca, Sertão, Paim Filho, Três Arroios e Vila Lângaro pertencem à região de abrangência da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil de Passo Fundo. Nenhum destes municípios tem registro de famílias fora de casa por conta da chuva.
Os demais municípios em situação de emergência são: Barão de Cotegipe, Tiradentes do Sul, Campo Novo, Três Passos, Coronel Bicaco, Tenente Portela, Panambi, Cristal, São Jerônimo, Tunas, São José das Missões, Itaqui, São Borja, Pedras Altas, Boqueirão do Leão, Dom Pedrito, Barros Cassal, Ponte Preta, Miraguaí, Irai, Cristal do Sul, Uruguaiana e Boa Vista das Missões. Em nove deles, 620 famílias precisaram deixar suas residências por causa dos transtornos. São 516 famílias desalojadas e 104 famílias desabrigadas, totalizando cerca 2.619 pessoas nesta situação.
Em Erechim, as aulas nas escolas foram suspensas, pois a chuva danificou pontes e estradas, impedindo o transporte dos estudantes que moram na zona rural. Em Marcelino Ramos, na BR 153, km 2, a forte chuva deixou rachaduras no asfalto. Em apenas cinco anos, está é a terceira vez que o local apresenta o mesmo problema. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) constatou que a base da pista está cedendo e, por isso, caminhões não podem trafegar no local. A circulação de veículos leves está liberada. A alternativa para caminhões é desviar pela RSC 480 ou fazer a travessia de balsa – o serviço está sendo oferecida para veículos de até 32 toneladas.
As equipes da Defesa Civil seguem auxiliando a população, especialmente nos locais de emergência. Em Passo Fundo, de acordo com o coordenador local, Ruberson Stieven, o foco agora é a limpeza e desentupimento de bueiros, já que os estragos não foram tão graves.
Previsão do tempo
Hoje (2), o dia deve permanecer parcialmente nublado a nublado e sem chuva. As temperaturas ficam entre 11°C e 17°C. O sábado terá céu claro a parcialmente nublado, com mínima de 8°C e máxima de 18°C. O domingo amanhece parcialmente nublado e há possibilidade de chuva à tarde e a noite, com temperaturas entre 13°C e 19°C. “Há uma instabilidade que deveria entrar na região na segunda-feira, mas ela pode se antecipar e entrar no domingo”, explica Sampaio.
A segunda-feira será instável, com pancadas de chuva e possibilidade de temporal. A temperatura mínima deve ser de 14°C e a máxima de 16°C. Na previsão estendida, salienta-se a possibilidade de chuva até a próxima quarta-feira (7). As temperaturas mínimas na semana devem ficar em torno de 14°C e as máximas em torno de 17°C.