Grupo organiza confecção de polvinhos de crochê para ajudar bebês prematuros

Peças serão, posteriormente, doadas para hospitais que tenham atendimento a bebês nascidos prematuramente

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Artesãs de Passo Fundo estão ensinando outras pessoas a confeccionarem os polvinhos de crochê para serem doados a hospitaisArtesãs de Passo Fundo estão ensinando outras pessoas a confeccionarem os polvinhos de crochê para serem doados a hospitais
Artesãs de Passo Fundo estão ensinando outras pessoas a confeccionarem os polvinhos de crochê para serem doados a hospitais
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Os polvinhos de crochê que têm se popularizado por auxiliarem o desenvolvimento de bebês prematuros chegam a Passo Fundo. Entusiasmadas com a iniciativa, um grupo de artesãs está se mobilizando para a confecção das peças. Além de produzirem, elas também estão abertas a ensinar pessoas interessadas em colaborar para, posteriormente, doarem os polvinhos para hospitais que atendam bebês prematuros.

Rosângela Tramontina é uma das artesãs envolvidas no projeto e que lidera o movimento. Em contato com pessoas que trabalham em hospitais, surgiu a ideia de passar a confeccionar os pequenos bichinhos de crochê para os bebês prematuros. A iniciativa é inspirada em uma ação desenvolvida na Dinamarca desde 2013 e que tem se espalhado por diversos locais, inclusive pelo Brasil. “Cada polvinho é para uma criança, quando ela recebe alta ela leva ele para casa”, explica a organizadora. Elas também estão organizando um evento, com data ainda a ser definida, para ensinar outras pessoas a fazerem os bichinhos. Mesmo quem não souber nada sobre crochê poderá participar e ajudar na iniciativa. A ideia de criar multiplicadores leva em conta que um polvinho só pode ser utilizado por uma criança, logo, a produção precisa ter continuidade.

Quem incentiva

A ONG Prematuridade incentiva a prática e criou o projeto Um polvo de amor. Basicamente, o projeto consiste em colocar os polvos de crochê dentro da incubadora, junto aos bebês prematuros. No site, a ONG explica que supõe-se que os tentáculos do polvo remetam o bebê ao útero materno porque se assemelham ao cordão umbilical. De acordo com relatos de pais e profissionais de saúde de UTIs neonatais, o uso do polvo de crochê parece acalmar os pequenos, ajudando a normalizar a respiração e os batimentos cardíacos e evitando que eles arranquem fios de monitores e tubos de alimentação.

Apesar disso, ainda não há evidências científicas dos benefícios do uso dos polvos de crochê para os bebês prematuros. Existem apenas os relatos de experiências. Por outro lado, o grupo dinamarquês que teve a ideia original identificou que os polvos de crochê são usados como brinquedos desde 2013 sem nenhum relato de infecções ou danos à saúde dos bebês.

 

Para fazer

A confecção dos polvinhos deve seguir alguns critérios para que sejam seguros para utilização com bebês prematuros. Confira algumas dicas da ONG Prematuridade:

Deve ser utilizada linha de alto padrão, 100% algodão, para que resistam a lavagens em alta temperatura.

Para o enchimento, o ideal é utilizar fibra siliconada, comprada em lojas especializadas.

Os tentáculos do polvo devem ter o ponto bem fechado, para evitar que um dedinho do bebê fique preso, e não devem ultrapassar 22 centímetros quando esticados, pois se ficarem muito compridos podem representar risco aos pequenos.

Cuidado com a higienização

A ONG ressalta ainda que para a utilização dos polvinhos são necessários alguns cuidados de higienização. Cada hospital possui suas próprias rotinas de desinfecção dos objetos que entram em contato com o prematuro, a ONG indica que antes do colocar o bichinho em contato com o prematuro ele pode ser esterilizado em autoclave. Caso essa esterilização não seja possível, recomenda-se que os pais lavem o polvinho em casa.

Após serem colocados junto aos bebês: recomenda-se que os pais levem o polvo para casa para lavar a cada cinco dias em média, ou antes, se estiver sujo (contato com urina, vômito ou alguma secreção). Recomenda-se lavar à 60ºC e secar na própria máquina de lavar quando possível. Pode ser lavado junto com as outras peças de roupa do bebê que são utilizadas na UTI, como meias e luvas. Se a máquina de lavar possuir função de roupa de bebê ou esterilização, pode ser utilizada também.

Quem ficou interessado e quiser saber outras informações sobre a iniciativa pode entrar em contato com as organizadoras pela página do Facebook - www.facebook.com/mixmixro.

 

 

 

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