As chuvas que vem assolando o Rio Grande do Sul devem novamente trazer prejuízos para os produtores de trigo, que nos últimos três anos, tiveram dois deles com quebras devido ao clima. Na avaliação da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), não havendo melhoria nos próximos 15 dias, a redução de área que era estimada em 10% poderá ser maior.
De acordo com o presidente da entidade, Paulo Pires, a cultura já deveria estar bem mais adiantada, já que o período inicial de plantio nas áreas mais quentes começa dia 15 de maio, e mais de 20 dias depois o pouco que foi semeado já foi prejudicado pelo clima. "Os dias são curtos e o solo demora para secar. E com todo esse longo período de chuvas continuas e em grande volume, os solos estão saturados de água, impedindo qualquer prática de semeadura e ainda, pelos prognósticos climáticos teremos nos próximos dias a permanência das chuvas o que retardará ainda mais o estabelecimento das lavouras e o desenvolvimento normal daquelas já semeadas", observa.
Outra questão preocupante é a erosão do solo. O presidente da FecoAgro/RS salienta que o excesso de água também prejudica para a implantação de outras culturas de inverno. "As chuvas ininterruptas trazem problemas também para quem optou por Canola ou aveia. As pastagens também têm sido afetadas negativamente. "Nas Missões, por exemplo, chegou a chover quase 800 milímetros no mês de maio e isto impressiona. As pastagens formadas no cedo não tem luminosidade e não desenvolvem", enfatiza.
Culturas de verão que estão em fase final de colheita também sofrem com as chuvas em excesso. O presidente da FecoAgro/RS salienta que, que safrinhas como a soja, feijão e milho, principalmente em áreas de pivô, estão com prejuízos muito avançado e os produtores torcem para que o tempo melhore a fim de que estas áreas sejam colhidas imediatamente para evitar perdas totais.
Pires lembra também dos problemas com a infraestrutura das estradas vicinais, inclusive com relatos de quedas de pontes, dificultando o transporte nas regiões rurais do Rio Grande do Sul, especialmente na parte Noroeste do Estado. "Toda essa chuva está causando muito transtorno para agricultura do Rio Grande do Sul, principalmente para as pequenas cidades que dependem das estradas vicinais inclusive para as comunidades rurais e das crianças que necessitam ir para as escolas", afirma.