Chuva ainda deixa transtornos na região

Na região de abrangência da 7ª CRE, oito municípios precisaram suspender as aulas na rede pública

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Ibirapuitã é um dos 56 municípios gaúchos a decretarem situação de emergênciaIbirapuitã é um dos 56 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência
Ibirapuitã é um dos 56 municípios gaúchos a decretarem situação de emergência
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Nesta semana, a Secretaria de Educação (Seduc) autorizou que Coordenadorias Regionais de Ensino (CREs) readequassem o calendário escolar, antecipando o recesso de julho em municípios prejudicados pelas chuvas. A medida leva em consideração os diversos locais em que o transporte escolar precisou ser suspenso em consideração à segurança dos passageiros.

No entanto, entre os municípios de abrangência da 7ª CRE, somente Nonoai optou por adiantar as férias – o município decretou situação de emergência desde a última quinta-feira (1). O recesso, então, fica em vigor até a próxima segunda-feira. Outros municípios da região que suspenderam as aulas em razão das chuvas: Capão Bonito do Sul (6 e 7 de junho), Pontão (8 e 9 de junho), Santa Cecília do Sul (7, 8 e 9 de junho), Água Santa (8 e 9 de junho), Sertão (por tempo indeterminado), Vila Lângaro (7, 8 e 9 de junho) e Mato Castelhano (8 e 9 de junho).

A coordenadora adjunta da 7ª CRE, Verônica Zanandrea, explica que – exceto no caso de Nonoai, em que os dias suspensos contarão como recesso – as aulas devem ser repostas. “Estamos orientando as escolas para que se organizem de forma que seja possível cumprir todo o calendário escolar, que prevê 800 horas letivas. Provavelmente, a recuperação das horas será feita com aulas nos sábados de manhã”.

Municípios em situação de emergência

De acordo com a Defesa Civil, o número de municípios em situação de emergência subiu de 52 para 56, dos 126 atingidos pelas chuvas. Ibirapuitã, Arroio do Meio, Catuípe, Santo Ângelo e Santo Antônio das Missões foram os últimos a decretarem a anormalidade. Em Ibirapuitã, além das fortes chuvas, ocorreram ventos intensos que intensificaram as perdas, prejuízos e danos, ocasionando elevações dos níveis das águas dos rios e córregos, principalmente no interior do município.

O número de pessoas em todo o Estado que precisaram deixar suas casas já chega a 6.309 – 4.502 desalojadas e outras 1.807 desabrigadas. De acordo com boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã de ontem, uma das maiores preocupações é a cheia do Rio Uruguai, que está com volume acima do nível de alerta. Por isso, o órgão segue em estado de alerta, especialmente depois que grandes áreas de instabilidade retornaram à região na quarta-feira. O monitoramento está sendo feito pelas coordenadorias regionais em conjunto com os municípios, oferecendo toda ajuda necessária aos órgãos de segurança das localidades atingidas. Qualquer informação ou pedido de auxilio podem ser encaminhados pelo telefone 199. 

Preocupação para produtores da região

As marcadas deixadas pelas chuvas não dizem respeito somente às estradas ou residências. Nas plantações de hortaliças, por exemplo, a perda chega até 60%. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Ivan Guarienti, levantamentos feitos na região de Passo Fundo denotaram perdas na faixa de 40% a 60% nas alfaces, 35% a 40% em cenouras e beterrabas e em torno de 35% nas batatas. “As perdas nas batatas ainda não conseguimos precisar muito, porque a gente não consegue nem ir a campo, mas sabemos que as perdas só irão aumentar. O clima totalmente úmido faz com que haja o apodrecimento das plantas nas lavouras. A gente não consegue fazer novos plantios, porque as colheitas e plantios são mais ou menos ordenadas, a gente colhe e planta e assim repetidamente, e no momento não conseguimos fazer nenhum dos dois. Está ocorrendo somente o plantio de folhosas em estufa e mesmo essas sofrem muito pela falta de insolação”, explana.

Ainda segundo Guarienti, este seria o momento de começar o plantio de cebola e alho, mas também não é possível devido ao excesso de chuva. Das plantas analisadas, a que menos sofreu danos é o repolho. “Também temos queda de produção de laranjas e bergamotas. Com o excesso de chuva, elas estão rachando e não conseguimos entrar nos pomares para colher”. Tantos danos podem fazer com que os produtos cheguem até o consumidor com o preço elevado. “O aumento já pode ser observado na alface. Nos demais produtos, até o momento, o mercado continua com os mesmos preços de antes dessa chuva, mas o que se fala é que haverá aumento de maneira geral”.

 

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