No rastro da enxurrada

Ponte do Capingui, na divisa entre Passo Fundo e Marau é arrastada pela força das águas

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Situação dificulta deslocamento de moradores da localidade do CapinguiSituação dificulta deslocamento de moradores da localidade do Capingui
Situação dificulta deslocamento de moradores da localidade do Capingui
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“Não é que a ponte está alagada; ela foi embora mesmo”. A frase dita pelo agricultor Sérgio Boscardin relata parte dos estragos causados pela chuva dos últimos dias na região. Ele se refere a ponte que liga Passo Fundo e Marau, localizada próxima a Barragem do Capingui. O acesso de 12 metros seguiu barragem abaixo – literalmente. Sem a ponte, Sérgio precisa dobrar o caminho para chegar em Marau: são pelo menos 20 km até o centro da cidade através da comunidade de Burro Preto – ao passo que, com a travessia, ele percorria somente 8 km. Esta realidade não se mostra somente neste local. Praticamente todas as estradas tanto do interior quanto da cidade de Passo Fundo precisarão de reparos. Isso, no entanto, só acontecerá depois da volta do sol: sem ele, é inviável – e inútil – colocar máquinas para consertos, já que o excesso de umidade prejudica a manutenção das estradas.

De acordo com o secretário do interior, Antônio Bortolotti, a situação é mais crítica nas estradas do interior. Com tantos estragos, ficou definido que todos trechos precisarão ser reparados. “Primeiro vamos recuperar os mais atingidos. Depois vai ter recuperação total de todas as estradas”, confirmou ele. Isso porque em todos os distritos, pelo menos cinco pontos estão com pontos de dificílimo acesso. Na ponte da comunidade de São Valentim, por exemplo, só passa um carro de cada vez. Além deste, os distritos Sede Independência e São Roque são os com maior número de prejuízos. No momento, o trabalho realizado é puramente emergencial: a prefeitura está colocando brita nos locais com maior formação de barro e abrindo caminho nas rotas que podem prejudicar o transporte escolar e de movimentação de produtos da agricultura. “Só depois que parar toda essa chuva é que vamos poder fazer a recuperação total das estradas. Até lá, não temos o que fazer além de resolver os problemas mais emergenciais. Depois de parar, vamos esperar por dois ou três dias de sol para colocar as máquinas nas estradas. Antes disso não tem como – pode até ficar pior do que já está”, explicou ele.

Modo de operação no interior

De acordo com o secretário, será necessário instalar uma espécie de dreno em praticamente todos os trechos do interior. “Como a água penetrou muito profundamente, agora ela começa a subir e acaba amolecendo as estradas. Isso cria os conhecidos como 'olho de boi', o que facilita para que piore cada vez mais”, comentou ele. Por isso, vai ser necessário abrir a estrada pelo meio, colocar um dreno, encher de pedra e, por último, colocar a brita por cima. “É uma operação cinco vezes mais trabalhosa. Dependendo do grau de umidade da chuva, pode precisar ser usado até cinco caminhões de pedra”, completou.

Vias urbanas

Na cidade, a situação é bem semelhante. De acordo com o secretário de obras, João Bordin, os pontos mais críticos são a Avenida Brasil, a Presidente Vargas e os bairros Vera Cruz e Petrópolis. Além disso, os trajetos por onde passam os ônibus urbanos são os que apresentam maior incidência de buracos. “Por onde passamos  encontramos problemas e vamos ter que fazer a recuperação. Acredito que com uma semana de sol e três ou quatro equipes nas ruas possamos dar uma solução aos pontos mais críticos”, afirmou ele. Mais que necessário, o sol é essencial neste momento. “Qualquer ação em cima da umidade vai durar muito pouco. Estamos esperando que a chuva dê uma trégua para iniciar o trabalho”, terminou ele.

Reparo da ponte

De acordo com o secretário Tonico, o conserto da ponte do Capingui acontecerá com ajuda dos dois municípios: as prefeituras de Passo Fundo e Marau deverão reunir recursos para construir um novo acesso nos próximos dias.

Limpeza e auxílio

A Prefeitura disponibilizou as equipes das secretarias de Transporte e Serviços Gerais e de Obras para a realização de serviços como recolhimento de lixo e entulhos, corte e retirada de árvores, limpeza das vias e reparo em bocas de lobo e tubulações de canalização. A Secretaria de Habitação auxilia as famílias com entrega de telhas e serviços internos nas residências. Demandas podem ser encaminhadas ao número 0800 541 7100.

RGE

Informações sobre quedas de energia elétrica podem ser reportadas pelo número 0800 970 0900.

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