Passo Fundo registrou o pior índice de geração de emprego para o mês de maio desde o início da série histórica em 2003. Em sete dos oito setores avaliados no indicador houve mais desligamentos do que contratações. O saldo foi de 562 postos de trabalho formal fechados, com 1.982 admissões e 2.544 demissões. É o segundo mês consecutivo que o município fecha o mês no negativo no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), já que em abril foram fechados 210 postos. O saldo de maio rendeu a Passo Fundo o pior desempenho entre os municípios gaúchos com mais de 30 mil habitantes. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Ministério do Trabalho (MTE).
O município saiu de um dos melhores indicadores registrados para o mês de março, quando criou 998 vagas, para o pior índice da série histórica em maio de 2017. O setor dos serviços vem influenciando nessas oscilações do emprego. O setor finalizou os três primeiros meses do ano como o que mais abriu vagas, com 27 vagas em janeiro, 141 em fevereiro e 836 em março. Porém, desde abril, os serviços deixaram de ser os herois do emprego e se transformaram nos vilões. Em dois meses o setor fechou mais de 700 vagas. Em abril foram -310 e em maio -458.
No acumulado do ano, o saldo é positivo. São 279 vagas criadas com 11.484 admissões e 11.205 desligamentos. No acumulado, o setor de serviços também possui saldo de mais contratações, com 248 postos.
RS fecha mais de 12 mil vagas
No mercado estadual, o cenário não foi muito diferente. Foram fechadas 12.360 vagas no quinto mês do ano. O resultado rendeu ao Rio Grande do Sul o pior desempenho entre os estados brasileiros. O setor que mais fechou vagas foi a indústria da transformação, com saldo de -4.501. Atrás da indústria aparecem a agropecuária (-3.287), o comércio (-2.292) e os serviços (-1.239).
Brasil comemora 34 mil novas vagas
O mercado brasileiro abriu 34.253 novos postos de trabalho em maio. No acumulado do ano, o Caged contabiliza 48.543 postos de trabalho a mais, após dois anos de saldo negativo para o período. De janeiro a maio de 2016, o Caged havia registrado fechamento de 448.011 vagas e, no mesmo período de 2015, 243.948 vagas foram suprimidas. Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o indicador é um sintoma de recuperação econômica. “Podemos constatar que a economia volta a dar sinais de recuperação, e um dos sintomas fundamentais para comprovação da recuperação econômica é a geração de emprego”, afirmou o ministro da pasta, ao comentar o resultado.
Os setores que contribuíram com a criação de vagas formais em maio foram agropecuária (46.049 novos postos), serviços (1.989 vagas), indústria da transformação (1.433 vagas) e administração pública (955 novos postos de trabalho). Os setores que fecharam vagas formais foram comércio (-11.254 postos), construção civil (-4.021), indústria extrativa mineral (-510 postos de trabalho). “Mesmo aqueles setores que apresentaram saldo negativo, se você faz a comparação com 2016 e 2015, os números [indicando queda] são bem menores”,declarou Ronaldo Nogueira.
Na rede social Twitter, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, escreveu que o resultado do Caged confirma as previsões da equipe econômica de retomada gradual do mercado de trabalho. “Na retomada do crescimento, a economia demanda algum tempo para atingir o nível de emprego que desejamos. O importante é que o rumo está certo”, postou.
PASSO FUNDO
Maio/Ano |
Saldo |
2003 |
263 |
2004 |
102 |
2005 |
16 |
2006 |
24 |
2007 |
63 |
2008 |
123 |
2009 |
-30 |
2010 |
118 |
2011 |
254 |
2012 |
72 |
2013 |
-8 |
2014 |
-41 |
2015 |
-146 |
2016 |
-391 |
2017 |
-562 |
POR SETOR EM PASSO FUNDO
EXTRATIVA MINERAL |
1 |
2 |
-1 |
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO |
268 |
282 |
-14 |
SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA |
4 |
14 |
-10 |
CONSTRUÇÃO CIVIL |
165 |
190 |
-25 |
COMÉRCIO |
793 |
841 |
-48 |
SERVIÇOS |
726 |
1.184 |
-458 |
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA |
1 |
0 |
1 |
AGROPECUÁRIA |
24 |
31 |
-7 |
TOTAL |
1.982 |
2.544 |
-562 |