Comercial Zaffari oficializou ontem o interesse em assumir a área que hoje abriga a multinacional Manitowoc. A manifestação foi feita durante uma reunião na Câmara de Vereadores. Com aproximadamente 45 hectares de extensão, a empresa sinalizou que pretende construir um Centro de Distribuição no terreno, localizado às margens da ERS 324. A informação foi dada pelo diretor administrativo da Comercial, Sérgio Zaffari, e contou com a presença dos parlamentares e do secretário municipal de Desenvolvimento, Carlos Eduardo Lopes da Silva.
Sérgio Zaffari informou que está em tratativas com a Manitowoc e com o Banco de Desenvolvimento (Badesul) – responsável pelo financiamento da área - para viabilizar que a empresa assuma os 45 hectares de terra. “Com o aval da Prefeitura e da Câmara de Vereadores, queremos unificar todo o sistema de logística da empresa em um só local, com uma estrutura moderna e adequada para atender melhor nossos clientes. Caso essa negociação tenha êxito, em outro momento, iremos detalhar um plano de expansão onde será anunciado a quantidade de empregos e o investimento em valores monetários que serão aplicados nessa unidade”, disse Sérgio.
“A nossa ideia é fazer, mais ou menos, nos moldes que a São João fez: um grande centro logístico para poder reduzir custos e melhorar a segurança e, principalmente, a qualidade de entrega dos produtos nas lojas da Comercial Zaffari. Hoje, temos essa dificuldade por ter vários centros espalhados e divididos, o que nos prejudica muito na logística”, informou o diretor administrativo. Conforme ele, a empresa está em plena expansão na região norte e, com um centro de distribuição unificado, a Comercial Zaffari poderia acelerar a ampliação das lojas da linha. “Nossa ideia é assumir a área total, para no futuro poder expandir e fazer novos pavilhões para a logística”, sinalizou.
Para o secretário de Desenvolvimento, Carlos Eduardo Lopes da Silva, a iniciativa da Comercial Zaffari vem em um bom momento e, assim como a empresa, o Executivo também busca que a área seja geradora de desenvolvimento. “A nossa intenção, sem dúvida nenhuma, é propiciar que ali ocorram investimentos o mais rápido possível para que essa área pública seja geradora de fontes de renda e empregos dentro do município”, disse. Ele lembrou que, quando a Manitowoc decidiu pela suspensão das atividades de produção de guindastes, o Executivo optou por facilitar qualquer negociação, em vista de que a empresa cumpriu parte do protocolo de intenções estipulados n da cedência da área.
“A Manitowoc operava, chegou a gerar empregos, a fazer os investimentos propostos e, por uma questão circunstancial de mercado e de momento, teve que paralisar as atividades. A partir desse momento, quando o Executivo foi notificado, nós partimos da ideia de que deveríamos facilitar qualquer negociação, até mesmo, uma possível retomada da área, sem a judicialização do processo, já que isso leva tempo e iria levar a mais incômodos do que para a efetiva definição da área”, explicou.
Conforme Carlos Eduardo, a Manitowoc contratou uma empresa externa para fazer um levantamento dos investimentos realizados naquela área. Esse processo, de acordo com o secretário, facilitará na negociação com os interessados nos terrenos. “Assim que o Executivo for notificados pela Comercial Zaffari com mais informações sobre essa proposta entre as empresas, naturalmente, trataremos de elaborar um parecer sobre o que é possível e o que está dentro da Lei para dar segurança jurídica a essa negociação”, informou. “É uma empresa local que está se propondo em investir naquela área e isso é muito bom”.
Empresa ganha apoio de vereadores
A área que hoje abriga a empresa multinacional Manitowoc foi cedida em 2011. Na época, a empresa americana assumiu um protocolo de intensões com o Município, onde se comprometia, dentre outras condições, a investir R$ 70 milhões em cinco anos e a criar 150 vagas de emprego diretos e outras 600 vagas indiretas. Porém, em janeiro de 2016, a empresa decidiu pela suspensão da produção de guindastes, uma vez que, por atender majoritariamente o mercado nacional e os investimentos em infraestrutura no país não corresponderem com as expectativas de investimentos, a empresa precisou paralisar o setor de produção.
A partir da suspensão, o presidente do Legislativo, vereador Patric Cavalcanti (DEM), ajuizou ação civil pública solicitando a retomada do imóvel, que já teve um posicionamento favorável do Ministério Público ao concordar que a Manitowoc descumpriu com suas responsabilidades. Para Patric, o posicionamento da Comercial Zaffari em querer assumir a área, dá credibilidade aos movimentos encadeados pela Câmara de Vereadores quando cobra da Manitowoc e do Executivo respostas acerca dos investimentos e da devolução da área. “É louvável que a Comercial Zaffari, empresa genuinamente passo-fundense, esteja se colocando à disposição em assumir uma dívida de 28 milhões em débito com o Badesul, oriundos do financiamento para a construção”, disse o parlamentar ao mencionar que é uma grande possibilidade para ampliar a geração de empregos e renda no município.