Centrais sindicais anunciam nova greve geral para sexta-feira (30). Em Passo Fundo, diversas categorias se mobilizam para participar de um ato público na Praça do Teixeirinha a partir das 10h. Ainda que a concentração no local deva iniciar por volta das 9h, as manifestações devem iniciar ainda cedo, em frente das garagens do transporte público da cidade. As informações foram divulgadas pelo Comitê Intersindical e Popular de Passo Fundo, que já se mobiliza para o ato desde o início da semana. Na pauta está a contrariedade às reformas trabalhista e previdenciária, além de destacar o agravamento da crise política e econômica do país e o cada vez mais instável governo do presidente Michel Temer. Outro pedido é pela abertura de um novo processo eleitoral direto. A expectativa, como posicionaram alguns dos movimentos, é que a manifestação desta sexta-feira supere a greve geral realizada ainda no final de abril. Confira as categorias que já estão mobilizadas e/ou ainda devem se manifestar na região.
Educação
Tanto o CPERS/Sindicato quanto o Centro Municipal de Professores de Passo Fundo (CMP) aderirão às manifestações. De acordo com o atual presidente do CPERS, Orlando Marcelino, a maior parte das escolas do centro deve amanhecer fechada na sexta-feira. Demais instituições estaduais, no entanto, ainda vão decidir sobre a adesão hoje (29). Já o CMP estima que boa parte das escolas municipais participem do movimento. Até o momento já são 20 escolas confirmadas, mas, como afirmou a entidade, o número deve crescer no decorrer desta quinta-feira. A relação completa deve ser publicada na tarde de hoje. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Sintee) também optou pela adesão ao movimento. A participação dos funcionários, no entanto, é opcional. Na Universidade de Passo Fundo (UPF), os exames serão aplicados normalmente. O mesmo acontece na Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), que deve seguir como dia normal de trabalho.
Transporte
Os funcionários da Coleurb definiram em assembleia na manhã de ontem (28) que deverão trabalhar normalmente na sexta-feira. De acordo com a liderança do Sindicato dos Trabalhadores dos Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), Miguel Valdir da Silva, as empresas Transpasso e Codepas devem decidir sobre a participação ainda hoje. “Sempre respeitamos a decisão da classe e desta vez decidiram não parar”, confirmou ele. A mesma decisão foi tomada pelo Sindicato do Transporte Rodoviário da região. Como informou o presidente da organização, Gilberto Godoy Boeira, os caminhoneiros de Passo Fundo e região, especificamente, não se manifestarão de modo coletivo.
Comércio
O Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo está chamando os trabalhadores a participarem das manifestações desde o início da semana. A abertura dos estabelecimentos e adesão ao movimento é opcional. “Vamos chamar e convidar todos para a passeata. Seguiremos conversando e explicando os motivos para aderir à greve com ajuda de panfletos e diálogo com os trabalhadores, já que todos serão afetados pelas reformas”, disse o presidente da entidade, Tarciel da Silva.
Agências bancárias
De acordo com um dos líderes do Sindicato dos Bancários, Nelson Fazenda, a participação dos trabalhadores nesta greve geral não deve ser tão abrangente como a de abril. Segundo ele, na última manifestação, os funcionários dos bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – que aderiram ao movimento tiveram três dias de salário descontado da folha de pagamento. “Esta retaliação reflete bastante no ânimo em participar do movimento. É possível que façamos uma manifestação por algumas horas e não o dia inteiro”, disse ele.
Correios
Em assembleia realizada ainda na terça-feira (27), a categoria optou por aderir à manifestação. A adesão na região, no entanto, não deve ser tão grande. De acordo com um dos líderes do sindicato da categoria, Gelson Zapello, a tendência é que a maioria dos funcionários de Passo Fundo trabalhem normalmente.
Judiciário
Os servidores do judiciário passo-fundense devem aderir às paralisações. De acordo com a representante sindical, Adriana Junges, apenas 30% do efetivo seguirá trabalhando, como é previsto por lei. Os demais devem se concentrar em frente ao Fórum durante todo o dia. Já a Justiça do Trabalho teve seu trabalho suspenso na sexta-feira. Uma resolução administrativa do Tribunal de Justiça do RS suspendeu em todo estado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS), um grupo de servidores se concentrará no prédio da Justiça do Trabalho como forma de manifestação. Todos os prazos ficarão suspensos neste dia.