Consumidor pode ficar sem gás de cozinha

Estoques estão reduzidos e revendedores não estão recebendo as cargas em dia. Não há previsão de normalizar a situação

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Ainda não há informação oficial sobre a causa do problemaAinda não há informação oficial sobre a causa do problema
Ainda não há informação oficial sobre a causa do problema
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O consumidor pode ficar sem gás de cozinha em Passo Fundo. Há 10 dias, as empresas revendedoras estão recebendo menos botijões do que o solicitado à companhia de distribuição. Com os estoques quase vazios e sem previsão de normalizar a situação, pode faltar gás para o consumidor e até elevar o preço em decorrência disso. A situação se repete em outros municípios do Rio Grande do Sul e de outros estados, como São Paulo, Bahia e Minas Gerais, de acordo com a Singasul (Sindicato das empresas distribuidoras, comercializadoras e revendedoras de gases em geral do Rio Grande do Sul).

Os empresários confirmam que a situação atinge as revendedoras de Passo Fundo. Rodrigo Tagliari, dono de uma distribuidora de gás, afirma estar recebendo de 50% a 60% do que solicita. “Se a gente solicita 300 botijões diários, por exemplo, está chegando menos. Vem gás em um dia, no outro dia não vem, ou a gente passa de 2 a 3 dias sem receber gás. Os distribuidores estão conseguindo manter porque todos tinham um estoque bom”, garante o empresário. Em outra empresa passo-fundense, uma das proprietárias, Elisete Pieresan, conta que eles devem receber uma carga de gás nesta quarta-feira (29) e depois não há mais previsão. “A gente solicita entre 300 a 400 botijões e acaba recebendo 100”, explica.

Os sindicatos, ainda sem a causa oficial do problema, falam em uma possível contaminação no gás de uma refinaria no sul do país. O Singasul esteve em contato com revendedores do Estado e ouviu diversas versões, entre elas, a dificuldade de acesso do navio a Canoas, tendo necessidade de transporte de fora do Estado via terrestre. Os revendedores foram orientados pelas companhias distribuidoras a atender somente o consumidor final, pois a chance de racionamento na compra é grande. 

Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), por meio do presidente Alexandre Borjaili, divulgou nota sobre a situação. “As informações não oficiais que nos chegam é que a Petrobras esta sem gás devido a uma possível contaminação do gás numa refinaria do sul do Brasil. Infelizmente para garantir o abastecimento, nossas revendas estão tendo que recorrer a outras revendas que ainda conseguem manter algum estoque, nesse processo, o aumento do custo do frete, do preço de compra, afeta a todos, e é possível que o mercado sinta uma elevação nos preços do botijão de gás de cozinha até que esta situação na Petrobras seja normalizada”, dizia a nota.

Preço

Até o momento, os comerciantes consultados pela reportagem não tinham intenção de reajustar o preço em função da possível escassez de gás, mas conforme a ASMIRG a elevação pode acontecer devido aos custos extras para conseguir a mercadoria. A Singasul informou que não descarta-se uma elevação de custo de frete e produto que causaria um aumento de preços ao consumidor final. 

O último levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em Passo Fundo, foi dia 20 de junho. Na ocasião, o botijão de gás era comercializado entre R$ 50 e R$ 65. No início deste mês, o botijão de 13kg foi reajustado em 6,7% nas refinarias. Este aumento é reflexo da nova política de preços da Petrobras que foi definida com base na Resolução 4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Conforme os empresários, o botijão é vendido entre R$60 e R$65 em Passo Fundo, após o reajuste.

O que diz a Petrobras

A Petrobras informa que algumas restrições pontuais de entrega em locais específicos do País ocorreram no mês de junho, ocasionadas por problemas em unidades de processo, já solucionados. No Rio Grande do Sul, a cota mensal acordada com as Companhias Distribuidoras para junho será atendida pela REFAP.

Em nota, a Petrobras trabalha visando atender o compromisso assumido com seus clientes quanto ao fornecimento de derivados, todavia nem sempre é possível honrar esses compromissos utilizando a solução logística tradicionalmente adotada, tornando-se necessário utilizar outras alternativas.

Para o mês de julho, estão programados navios de GLP para complementar a oferta da REFAP ao mercado do Rio Grande do Sul, durante o período de inverno. A informação sobre uma possível contaminação do produto na refinaria não procede. 

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