A Emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo atendeu no ano de 2016 mais de 70 mil pacientes, uma média de 210 pacientes por dia. No inverno, época do ano marcada pelas baixas temperaturas, alta umidade do ar e os problemas respiratórios a procura pelo atendimento aumenta, principalmente porque crianças, adultos e idosos sofrem com essas características do clima. Nas últimas semanas, os atendimentos aumentaram 30% em relação a janeiro e fevereiro. Diante destes dados e buscando avaliar o público que procura mais a emergência nesta época do ano, a enfermeira gestora da Emergência do HSVP, Maristela Rodrigues e a residente de enfermagem da Residência Multiprofissional Integrada em Saúde do Idoso, Bruna de Oliveira Manto realizaram uma pesquisa, a fim de conhecer melhor grupos de riscos e orientar a população.
Na pesquisa as enfermeiras observaram que em 2016 a faixa etária com mais demanda foi a de crianças de zero a cinco anos, somando 20,2% dos atendimentos, em segundo lugar está população longeva (mais de 60 anos) que representou 16,7% dessa demanda. “Analisamos os atendimentos realizados por doenças no sistema respiratório, como bronquite/asma, falta de ar, crise asmática, febre, doenças respiratórias, gripe/sintomas gripais. Os números mostraram que 40,59% dos atendimentos ocorreram nos meses entre abril e julho, e houve um aumento de 43% dos casos do mês de março para abril, ou seja, nos meses de início do frio e frio mais intenso”, enaltecem Maristela e Bruna, pontuando ainda que as doenças respiratórias representaram 64,7% dos atendimentos no ano.
Em 2017, observou-se um decréscimo nos atendimentos por doenças do sistema respiratório comparando-se com o ano de 2016. Porém, há o mesmo aumento nos atendimentos nos meses entre março e maio, sendo que de abril para maio foi de 51%. “No mês de maio foram realizados 1375 atendimentos por crise asmática, doenças respiratórias, falta de ar, gripe, febre e bronquite. Isso, dentro de um universo de 6533 atendimentos no mês, o que representa 20% do total de atendimentos. Além disso, neste mês a faixa etária mais atendida foi a de zero a cinco anos, com 1344 atendimentos, seguida pela faixa etária de 20 a 25 anos, com 603 atendimentos”, relatam.
Cuidado e prevenção
Diante do cenário marcado pelo aumento do número de atendimentos na Emergência do HSVP, Maristela e Bruna alertam que é necessário a prevenção e o cuidado com as doenças respiratórias. A transmissão de gripes, resfriados e outras doenças respiratórias ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada, ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém?EUR?contaminadas por secreções respiratórias pode levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz. “A transmissão é muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados ou semi fechados. Recentemente, comprovou-se que os vírus sobrevivem em diversas superfícies (madeira, aço e tecidos) de oito há 48 horas”.
Neste sentido, as enfermeiras orientam que é fundamental adotar hábitos simples de higiene como lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos pessoais se estiver com sintomas de gripe e cobrir boca e nariz com lenço descartável ao tossir e espirar. “Estes são um modo eficaz de prevenir gripes e resfriados. Os lugares úmidos e frios favorecem a multiplicação do vírus. Por isso, manter os ambientes ventilados e iluminados com luz solar também ajuda na prevenção”, pontuam, evidenciando que os cuidados de higiene devem ser redobrados com crianças e idosos. “Para os pequenos, principalmente no ambiente escolar, recomenda-se que, além de incentivar a lavagem das mãos, os brinquedos e objetos de uso comum sejam lavados com água e sabão ou higienizados com álcool gel 70º. Nas creches, também é importante evitar que as crianças durmam muito próximas. A distância ideal entre elas é de um metro. Já para os idosos, o perigo está nas complicações advindas com a gripe como a pneumonia e agravamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes”.
As enfermeiras enfatizam que as pessoas devem procurar o atendimento na Emergência em situações agudas e graves, buscando inicialmente os serviços de atenção primária à saúde, evitando assim, a superlotação nas emergências com situações de saúde/doença que poderiam ser tratadas com maior agilidade nos CAIS e UBS. “Citamos cinco situações em que orientamos buscar imediatamente o serviço de emergência: desconforto respiratório grave, dor no peito de início súbito, sangramento não controlável, traumas agudos, intoxicações, entre outros, com características agudas. População consciente representa serviço de qualidade. Agradecemos a compreensão e a colaboração da população passofundense e da região”, reforçam Maristela e Bruna.