Temperaturas sobem, vendas baixam

Clima afeta a venda de itens de inverno e lojistas apostam em liquidações antecipadas

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Empresários do comércio varejista apostam em liquidações para melhorar as vendasEmpresários do comércio varejista apostam em liquidações para melhorar as vendas
Empresários do comércio varejista apostam em liquidações para melhorar as vendas
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Passado quase um mês do início do inverno, os termômetros marcavam 23°C na tarde de quarta-feira (12). Com temperaturas atípicas à estação, as ruas centrais de Passo Fundo eram compostas por pessoas com roupas leves e até sorvetes nas mãos. As que paravam para olhar as vitrines, se deparavam com os descontos anunciados pelo comércio. As liquidações, que geralmente são realizadas de agosto em diante, foram antecipadas nas lojas. A vendedora Gabriele Maciel, que na mesma época do ano passado chegava a vender de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil por dia hoje não vê o mesmo cenário. “Se vender R$ 300 por dia é muito”, alerta a comerciária.

As constatações da vendedora são corroboradas pelas entidades locais. O diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, Ary Rabello, ressalta que as vendas foram desaquecidas em função das altas temperaturas, mas que também tiveram influência de outros fatores. “A crise econômica, o desemprego e o clima fez com que todo o comércio sentisse e ele não teve o desempenho que nós esperávamos. Os setores que mais sentiram foram confecções de calçados, eletrodomésticos, os quais, com um inverno rigoroso haveria um incremento nas vendas, mas como o inverno não está correspondendo, houve uma queda muito acentuada nas nossas vendas”, pontua.

Além do desemprego, outro reflexo da crise econômica, e que afeta as vendas, é a inadimplência. De acordo com a Associação Gaúcha de Varejo (AGV), o índice de devedores na região de Passo Fundo é de 14,7%. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), de Passo Fundo, estima em torno de 60 mil pessoas na cidade com débitos. A presidente do Sindilojas, Sueli Marini, frisa que a crise fez muitas lojas encerrarem as atividades. “Temos insegurança, inadimplência, a mudança de temperatura. Há uma crise, nós vimos muitas lojas que fecharam seus espaços”, explica Sueli. Em 2015, caiu 1,4% o número de empresas no setor do comércio varejista, em Passo Fundo, em relação a 2014. O dado representa as 46 empresas que encerraram suas atividades, deixando o município com 3027 estabelecimentos do setor no mercado em 2015. Este é o dado mais atualizado do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os lojistas que permanecem no mercado apostam nas liquidações. “O comércio que está precisando fazer o caixa para cumprir com seus compromissos estão fazendo liquidação, reduzindo preço, mas nós temos uma expectativa para o começo de agosto, por meio da campanha da CDL Liquida Passo, que deverá ajudar a limpar os estoques”, acredita Rabello. Para superar esses empecilhos, a presidente do Sindilojas acrescenta que o comerciante precisa inovar. “Vai vender melhor, quem estiver melhor preparado. A loja que mais encantar, seja por crediário, parcelamento melhor, produto que o consumidor procura, terá mais sucesso”, explica Sueli.

Com expectativa de vendas melhores, os lojistas, assim como os agricultores, prestam atenção na previsão do tempo e esperam que as baixas temperaturas aqueçam o comércio. “Hoje estamos enfrentando, em pleno mês de julho, um verão. Há uma expectativa que na próxima semana nós tenhamos uma queda nas temperaturas, que poderá resultar em uma recuperação para nós”, finaliza Rabello.

Liquida Passo

A Campanha da CDL de Passo Fundo ocorre de 1º a 5 de agosto. Serão mais de 500 lojas participantes com descontos que variam de acordo com o estabelecimento. 

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