Sindicato reivindica honorários do IPERGS

Médicos reclamam que o Instituto de Previdência do Estado não reajusta as consultas há seis anos

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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) realizou assembleia geral dos médicos credenciados no Instituto de Previdência do Estado (IPERGS) em Passo Fundo. A reunião ocorreu na noite desta quarta-feira, no Centro Clínico Crediplan. A pauta do encontro foi os honorários pagos pelo Instituto, congelados há seis anos, e o desmonte progressivo da entidade.

A assembleia faz parte de uma iniciativa de percorrer todas as regiões do estado, que surgiu em decorrência de a categoria médica não ter conseguido negociar diretamente com o instituto, conforme o diretor do SIMERS, Jorge Etlz. “O Sindicato dos Médicos do RS entrou com uma ação na justiça cobrando o reajuste. Além disso, resolvemos fazer assembleias em todas regiões do Estado para incentivar os médicos a pressionar o instituto a abrir uma mesa de negociação e resolver essa situação” pontua.

A assembleia conta com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS), Associação Médica do Rio Grande do Sul e (AMRIGS) e as entidades devem percorrer as demais regiões do RS nos meses de julho e agosto. “A expectativa é de que, a partir desse movimento, seja viabilizada uma relação equilibrada entre o Estado e os prestadores de serviço do IPERGS, assegurando a devida valorização do trabalho médico e evitando o aumento da desassistência aos beneficiários do Instituto”, destaca o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes.

Seis anos sem reajuste

O valor das consultas e outros procedimentos repassado pelo IPERGS aos médicos não tem reajuste há seis anos, de acordo com Eltz. “O último reajuste que o instituto realizou foi em 2011, referente ao ano de 2010, depois disso nunca mais reajustou nem as consultas, nem os procedimentos médicos. Isso levou uma defasagem muito grande dos honorários dos médicos e está levando ao desmonte progressivo do IPERGS porque os médicos não querem mais atender por esses valores. Isso nos preocupa porque afeta grande parte da população que recebe atendimento diferenciado em relação ao SUS, mas que, por problema de gestão, está levando a situação de desassistência aos funcionários”, explica o diretor.

Atualmente, um médico recebe R$ 47 por uma consulta médica via convênio com o instituto. “Se colocar que desse valor o médico precisa descontar imposto de renda, INSS, aluguel da sala, internet, salário da secretária e assim por diante, praticamente o médico está pagando para atender os pacientes do IPERGS”, conclui Eltz. Diante disso, de acordo com o diretor do SIMERS, a alternativa encontrada pelos médicos é continuar atendendo os pacientes antigos e não aceitar novos. A categoria reivindica R$90 pela consulta. 

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